Sem veículo do 24 horas, criança é levada em carrinho de mão para Hospital de Madre de Deus

O morador relata que a esposa não conseguiria carregar a criança nos braços para hospital e pediu que ele levasse o filho antes de ir trabalhar.

Sem veículo do 24 horas, criança é levada em carrinho de mão para Hospital de Madre de Deus -Imagnes redes sociais.

O vídeo divulgado nas redes sociais mostrou uma criança de dois anos sendo levada para o Hospital Municipal Dr. Eduardo Ribeiro Bahiana, enquanto o pai reclamava da suspensão do serviço 24 horas que fazia o transporte de pacientes para unidades de saúde em Madre de Deus.

Indignada, a mãe da criança registrou as imagens enquanto ela e o marido levavam o filho de dois anos para o hospital na manhã de terça-feira (16).

“Chegando mais um paciente no 24 horas móvel, aí o prefeito tá trabalhando certo, tirou o 24 horas agora tenho que carregar a criança aqui no carro de mão”, disse Melquisedeque de Azevedo, pai do garoto, durante o vídeo.

O menino diagnosticado com virose, estava com febre e vomitando. Após chegar na unidade de saúde, a criança aguardou atendimento médico por cerca de 2 horas.

O morador relata que a esposa não conseguiria carregar a criança nos braços para hospital e pediu que ele levasse o filho antes de ir trabalhar.

Ele conta que está prestando um serviço numa obra e utiliza o carrinho de mão como instrumento de trabalho. Como precisava do carro de mão, levou a criança para o hospital depois foi trabalhar.

Para colocar o garoto no carrinho de mão, o pai usou o balde e improvisou um pedaço de madeira para criança sentar.

 “É inadmissível, nós termos uma administração tão falha, deixando a desejar serviços sociais básicos. Eu sempre tive a minha disposição o carro do 24 horas, como eu tenho uma mãe deficiente, paralítica, precisa muito desse transporte, desse serviço”, reclama.

Ele acrescenta que uma com uma arrecadação milionária a cidade não deveria passar por situações como essa.

“Estava indo pra obra de um amigo, trabalhando, e como minha esposa pediu que eu levasse ele, eu achei a oportunidade de colocar ele sentadinho ali”, disse

Para ele, os recursos públicos não estão sendo investido em serviços que a população precisa.

O morador sugere que a prefeitura suspenda festas e eventos comemorativos, não serviços essenciais como o transporte de pacientes 24 horas.

“Meu filho eu posso carregar, mas têm pessoas idosas, pessoas paralíticas, deficientes que precisa desse serviço [24 horas] que não tem mais a disposição”, lamenta.

Revoltado, ele faz referência aos problemas enfrentados pela população carente ao afirmar que “o sistema é esse daí, o de cima sobe e o de baixo desce”.

“Eu não posso ficar calado porque eu sou filho de Madre de Deus, eu sou da terceira geração aqui, minha vó é madredeusense, minha mãe é madredeusense. “, diz.

Ele reclama ainda que viu muita coisa acontecer na cidade, mas no momento o município está parado.

Após críticas de moradores e agentes políticos, a prefeitura publicou um decretado determinando que o serviço 24 horas ficará suspenso por 30 dias.

Antes de publicar o documento a decisão havia sido divulgada pelo secretário de segurança cidadã, Sandro Matos, que foi alvo de críticas de vereadores.

No texto, a prefeitura considerou a previsão legal de suspensão de serviços públicos e apontou o 24 horas como “não essenciais”.

No documento, a administração também descreve o serviço de transporte de pacientes oferecido pela prefeitura há quase 20 anos como‘atendimento exclusivo de pessoas carentes’.

A prefeitura justifica  que o 24 horas foi suspenso para ampliação e readequação do serviço.

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