Moradores da ilha de Maria Guarda, distrito de Madre de Deus, fizeram um bolo decorado para protestar neste sábado (12), data que marca o aniversário de um ano de interdição da ponte do Apicum. Eles relataram que a situação causa transtornos e tem prejudicado a população da região.
De acordo com o morador Adelmo, conhecido como Bobó, o governo do prefeito Dailton Filho interditou a ponte e alegou que gestões anteriores fizeram apenas maquiagem.
“Ele [o prefeito] veio e interditou, nisto fez um ano e não tem nenhum projeto, ninguém diz nada. Nem maquiagem, nem nada”, disse.
Para ele, o governo apenas mantém os serviços essenciais na ilha. Discorrendo em seguida que falta manutenção das ruas que estão cheias de buracos.
“Nós temos duas pontes [em Maria Guarda] que estão praticamente interditadas: uma inacabada e outra totalmente interditada. Eles falaram que interditou para fazer [outra ponte] e não fez”, reclama.
Bobó aponta ainda que a sensação é que o município voltou no tempo que os moradores precisavam se molhar para embarcar.
“A gente tem que levar um pouquinho de água [doce de casa] pra lavar o pé [dentro do barco]. Eles [ o secretário municipal de Infraestrutura, Toni Pereira, e o engenheiro civil] falaram que a ponte estava maquiada e agora?”, questiona.
Segundo ele, os benefícios da prefeitura para a ilha são “zero”, disse ainda, que apesar dos esforços da população em chamar a atenção do governo, não acredita que a prefeitura vai resolver a situação.
Ao Bahia Manchetes, o morador Nivaldo, conhecido na região como Topógio, parabenizou o movimento e disse que o prefeito Dailton Filho está no cargo há quase 14 meses e que em 2021 a prefeitura arrecadou cerca de R$ 146 milhões.
“Em Maria Guarda não chegou um saco de cimento, os buracos no calçamento, de rampa, de tudo, estamos colocando pedaços de pau por causa das crianças. Inclusive, teve criança que caiu num buraco aqui. E não está pior por causa de nossa secretária [ Distrital] Lilian Vasconcelos, que tá dando o suor que tem. Se não é ela, Maria Guarda, estaria pior ainda”, disse.
Ele classifica o prefeito como uma pessoa “azarada” e lembra que Dailton havia mencionado em uma emissora de rádio que em um ano faria melhor do que os 4 anos do ex-prefeito Jeferson Andrade, afastado do cargo, por suspeita de improbidade administrativa.
“Você [Dailton] fez muito melhor, mas foi muito melhor: a destruição de 17 famílias que você tirou da cooperativa, as duas pontes que quase caiu aqui e até hoje você não colocou um saco de cimento, as contenções você não fez [estão] todas quebradas, cais, casas populares e muito mais”, diz. E completa: “Se eu for falar aqui o que você [Dailton] não fez, você vai bater o recorde como o pior prefeito da cidade”.
Uma das organizadoras do protesto, a moradora Crislane, disse que o objetivo da população é cobrar do poder público que a situação seja resolvida.
Ela reforça que a comunidade espera que a prefeitura possa dar algum retorno positivo sobre a ponte do Apicum.
“Temos muitos idosos e aí, fazemos o que no caso de uma necessidade com a ponte interditada? No caso de uma emergência se resolve como? Nem posto 24 horas temos, se resolve como? Apenas a comunidade está querendo um retorno que até hoje não teve”, lamentou.
Madre em decadência, falta de manutenção!
Quanto mais surdas mudas forem as pessoas de uma comunidade, mais o Gestor terá espaço para agir conforme os seus interesses.
Vamos denúnciar os descasos.