Uma funcionária registrou imagens do centro de atendimento à covid-19, em Madre de Deus vazio nesta quarta-feira (23). Segundo ela, os colaboradores estão com os salários atrasados, não receberam rescisão nem 13º salário. (Veja o vídeo abaixo)
No vídeo compartilhado nas redes sociais, ela afirma que não podem atender na unidade: “Se não tem médico, se não tem administração, se não tem ninguém”. Ela conta que por esse motivo não estão realizado os procedimentos.
“Estamos aqui sem fardamento e ninguém da administração vem para dar uma posição”, lamenta. Ela aponta que a triagem e recepção também estão vazios.
Nas imagens, a funcionária mostra um cadeado no setor administrativo e relata que a farmácia está vazia.
“Estamos aqui na sala vermelha, sem nenhum paciente, tá vendo? […] Estamos aqui praticamente a Deus dará, porque ninguém vem dar uma posição a gente”, disse.
Ainda conforme a colaboradora, os servidores estão com os pés e mãos atados. Em seguida, ela conta que não tem médicos por falta de pagamento.
Ela acrescenta que uma pessoa da empresa que administra o Hospital Municipal Dr. Eduardo Ribeiro Bahiana disse para os funcionários que a unidade vai ocupar o espaço com pacientes. (Veja o vídeo abaixo)
“Como é que a gente vai aceitar um paciente vindo de uma emergência, se a empresa não está pagando , se a empresa não está aqui, não tem ninguém da administração aqui, não tem um médico da casa, como é que vamos prestar os primeiros socorros? E até mesmo ter alguma medicação para poder ser prescrito para esse paciente”, disse.
Em outro vídeo, registrado por colaboradores, a empresa que administra o hospital solicitou apoio da Polícia Militar para usar o espaço que atende pacientes com síndrome respiratórias.
A discussão ficou intensa quando um homem não identificado apontado como funcionário do hospital afirmou que elas precisavam realizar procedimentos no local.
A colaboradora explicou que não poderiam receber pacientes porque não havia médico. Neste momento é possível ouvir o homem aumentar tom: “Problema seu!” Ele segue repetindo que que elas deve assumir o problema.
As funcionárias rebateram ressaltando que o problema não era delas: “Não é assim não, que aqui não somos cachorros não!” O policial interrompeu a discussão na tentativa de conciliar a situação.
Não se sabe porque pessoas ligadas a empresa que administra o hospital estavam determinando tarefas para funcionárias do centro de referência de síndromes respiratórias.
A reportagem não conseguiu falar com a direção do hospital, nem com empresa que prestava serviço no centro de atendimento à covid-19, mas o espaço está aberto para manifestações.
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