O prefeito de Madre de Deus, Jeferson Andrade (DEM) gastou este ano R$ 32,4 milhões no orçamento destinado a Secretaria Municipal de Saúde. Esse valor representa cerca de 23% dos recursos do município em 2018. O investimento foi feito em meio a reclamações de falta de medicamentos e de queixas sobre o atendimento na unidade de saúde. Mas apesar do orçamento, a saúde foi um das secretarias mais criticadas na administração municipal.
Em novembro, a reportagem do Bahia Manchetes revelou as mazelas enfrentadas pela população, na rede pública do município, destacando a falta de medicamentos de uso contínuo que coloca em risco a saúde de centenas de pacientes. Na ocasião, uma moradora revoltada afirmou que a precariedade na saúde esta matando a população, ela ironizou a situação ao sugerir que poderiam usar uma “faca” para executar os pacientes. O Secretário de Saúde, Amaruy Miranda, foi chamado de “mentiroso” depois de informar em uma rádio comunitária que havia uma enorme quantidade de medicamentos na farmácia básica, e que demoraria muito tempo para relatar todos. Mas os pacientes rebateram o secretário informando que os remédios ainda estavam em falta .
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A reportagem também ouviu o coordenador de Gestão de contratos da Secretaria Municipal de Saúde, Anderson Souza, que assim como o secretário não conseguiu sustentar a promessa de que a situação seria resolvida. Na ocasião, o coordenador informou ao Bahia Manchetes que o processo de digitalização da saúde estava em fase final. Ele disse ainda, que os medicamentos começariam a chegar ao município em 48 horas. Quase dois meses após a previsão, moradores ainda se queixam de falta da medicamentos e precariedade na saúde.
Em poucos minutos na Farmácia Básica, é possível ouvir a reclamação de pacientes e as frases que são repetidas por funcionarias quando a população procura por remédios: “Está em falta, não tem, ainda não chegou”. O problema se arrasta desde que Jeferson Andrade assumiu a prefeitura , porém, em 2018 moradores reclamaram que a situação ficou ainda pior. Com cortes nos gastos para enxugar a maquina pública , o Hospital Municipal ficou sem especialidades médicas, agravando ainda mais o problema de saúde de alguns pacientes. Os atendimentos voltaram acontecer no início deste mês, mas com aumento da demanda e o número de vagas restrita, moradores enfrentam dificuldades para marcar consultas.
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Para oposição essa é uma das maiores crises na gestão da saúde já registradas em Madre de Deus, e as contas não têm fechado. Processos burocráticos do governo acabam afetando, direta e indiretamente, a outra ponta: o atendimento aos pacientes.
De acordo com vereador Val Peças (PSL), mesmo com o orçamento de R$ 32,4 milhões destinados a saúde, a população não viu este investimento. Segundo ele, as críticas por parte da população foram feitas porque a “saúde deixou muito a desejar” em 2018, em seguida, descreveu a situação como “triste”.
O parlamentar também afirmou que a contratação do secretário de saúde Amaruy Miranda, foi um conchavo político para ajudar na campanha de Nilton Bastos, eleito deputado estadual.
“A gente viu uma campanha, uma caminhada que fizeram sobre o Outubro Rosa e Novembro Azul, mas para vocês terem ideia Madre de Deus tem mais de um ano que não tem urologista. Estamos aí, na luta, denunciando, cobrando e não vamos nos cansar de denunciar esse prefeito que foi a maior decepção que a cidade já teve na gestão pública”, asseverou.
O vereador Kikito Tourinho (PPS), classificou a saúde em 2018 como um “caos”. O edil afirma que espera que a saúde melhore em 2019, ao justificar que não faz a política do “quanto pior, melhor”, mas argumenta que não acredita que a saúde vai melhorar.Ele ressalta que o prefeito poderá fazer mudanças por causa da eleição em 2020.
Ainda conforme Kikito, o município já foi referência em saúde, mas acabou! não tivemos nada este ano em nosso município.
Para parlamentar o prefeito “jogou a saúde na lata do lixo”, ele reforçou as críticas feitas pela comunidade, relatando o problema de falta de medicamentos e fraldas geriátricas.
” A Farmácia Básica está abandonada, acabou! Esse secretário (de saúde) que implantaram em Madre de Deus é incompetente, mas não culpo só ele não. Pra mim incompetência maior é do prefeito porque se eu nomeio um secretário e ele não faz por onde, eu demito ele. Porque ou ele faz certo, atende o povo certo ou vai embora. Todos nos precisamos da saúde, gostaria que fossemos referência pelo menos na saúde”, afirma.
O vereador enfatizou que quando foi aprovado um orçamento de R 32,4 para área , ele esperava que a saúde fosse um exemplo.
“Com quase R$ 33 milhões a saúde piorou, antes com um valor menor era referência, agora colocou um valor tão alto e desandou totalmente. Falta o quê? Falta compromisso, falta gestão. É uma pessoa ser muito incompetente, é uma pessoa ser irresponsável. É vida que estamos tratando, e a saúde precisa ser melhorada cada vez mais”, completa.
Em 2019, a previsão é que a saúde deterá a maior receita entre as secretarias com R$ 31,6 milhões. Comparado a este ano, a área da saúde sofreu um corte de quase R$ 900 mil.
A reportagem tentou entrar em contato com o Secretário de Saúde, Amaruy Miranda e com Coordenador de Gestão de contratos da Secretaria Municipal de Saúde, Anderson Souza, mas não obteve resposta.
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