Presidente da Vale diz a deputados que ‘sabe que credibilidade da empresa é baixa’

Fabio Schvartsman deu declaração ao participar de audiência na Câmara.

Presidente da Vale, Fabio Schvartsman, fala à comissão da Câmara que acompanha a apuração sobre a tragédia em Brumadinho — Foto: Najara Araujo/Câmara dos Deputados

O presidente da Vale, Fabio Schvartsman, pediu nesta quinta-feira (14) aos deputados que vejam “o que vai acontecer ao longo do tempo” ao comentar a tragédia em Brumadinho (MG). “Eu sei, senhores, que a nossa credibilidade é baixa”, acrescentou.

Schvartsman participou nesta quinta de uma audiência na comissão externa da Câmara que acompanha a investigação sobre a tragédia.

Há cerca de 20 dias, uma barragem da mineradora rompeu em Brumadinho, levando uma enxurrada de lama à região. As autoridades locais já confirmaram as mortes de 165 pessoas, e outras 155 estão desaparecidas.

Há três anos, uma outra barragem, em Mariana (MG), também rompeu, causando as mortes de 19 pessoas. A barragem pertencia à Samarco, empresa que tem a Vale e a BHP como acionistas.

“Eu sei, senhores, que a nossa credibilidade é baixa. Eu não peço aos senhores que acreditem em mim. Eu peço que vejam o que vai acontecer ao longo do tempo. E o que vai acontecer ao longo do tempo, isso será comprovado uma vez atrás da outra, que é assim que a Vale vai se comportar”, afirmou.

De acordo com Fabio Schvartsman, não haverá demora nas decisões da empresa para solucionar os danos causados pelo rompimento. Acrescentou ainda que, diferentemente do desastre de Mariana, a decisão depende unicamente da Vale.

No caso de Mariana, a dona da barragem era a Samarco, um consórcio entre a Vale a BHP.

“Brumadinho é um ativo da Vale, consequentemente não depende de nada e ninguém, consequentemente, se houver morosidade a culpa é da Vale. Não dá para dizer que a culpa é da fundação, da Samarco, de quem quer que seja”, disse.

Indenizações

Em 31 de janeiro, Schvartsman também esteve em Brasília e se reuniu com procuradores da República. Após o encontro, afirmou que a intenção da empresa é acelerar ao máximo, por meio de acordos extrajudiciais, o processo de indenização das vítimas do rompimento.

Sobre os valores das indenizações, Schvartsman afirmou que será o “que tiver que ser”.

“Não existe um valor definido. Vai ser aquilo que for necessário. Quando for definida a extensão de vitimas, o valor será decorrente disso”, afirmou.

/Via G1

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