PMDB já busca alianças com PT em 8 Estados

O objetivo da sigla é se manter como dono das maiores bancadas na Câmara e no Senado na próxima legislatura (2019-2022).

Foto: Ricardo Stuckert/Instituto Lula

BRASÍLIA – Sem um candidato próprio à Presidência da República em 2018, o PMDB definiu como prioridade nas eleições do próximo ano a manutenção do seu poder de fogo no Congresso Nacional. Para isso, o partido desistiu da ideia de barrar alianças regionais com petistas e liberou peemedebistas para se coligarem nos Estados com o PT, legenda com o qual rompeu no plano nacional desde o impeachment da presidente cassada Dilma Rousseff, em 2016.

A aliança PT-PMDB deve ocorrer em ao menos oito Estados. O objetivo da sigla é se manter como dono das maiores bancadas na Câmara e no Senado na próxima legislatura (2019-2022).

Presidente nacional do PMDB, o senador Romero Jucá (RR) disse ao Estadão/Broadcast que as alianças regionais podem ser feitas com qualquer legenda. “Não há nenhum tipo de proibição. Cada Estado tem uma realidade diferente”, disse. O senador admitiu que membros do partido já estão conversando com integrantes do PT nos Estados e avaliou que não há “nenhum problema nisso”. Segundo o dirigente, a questão será oficializada na reunião da executiva do partido, ainda sem data definida para ocorrer.

Presidente do Senado e tesoureiro da sigla, Eunício Oliveira (CE) é um dos que devem se aliar a uma chapa petista para se reeleger. Ele já afirmou que apoiará uma eventual candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva no ano que vem e deve fechar aliança com o governador Camilo Santana (PT) no Ceará. “O PMDB é plural. Não tem essa história de não poder fazer aliança com A ou com B”, disse.

Eunício atribui a decisão do partido de liberar alianças à indefinição do PSDB sobre o apoio ao governo de Michel Temer. Segundo Eunício, caso o PMDB não tenha candidatura própria à Presidência da República, “cada um vai procurar o que for melhor na questão estadual e o partido vai ficar livre para fazer coligações”. “Michel não está disputando eleição, então não tem afastamento ou aproximação. O que vai ser definidor vão ser as alianças no Estados. O Estado onde for conveniente fazer aliança com o PSDB, faz; com o PT, faz.”

Além do Ceará, a situação deve se repetir em outros Estados, como Minas. Na semana passada, Jucá se reuniu com deputados federais do PMDB mineiro para anunciar a decisão de liberar as coligações. O presidente da Assembleia Legislativa do Estado, Adalclever Lopes, que é do partido, também participou do encontro. “O PMDB desistiu da ideia de não coligar com o PT. Nosso objetivo é, no mínimo, manter os seis deputados do partido aqui em Minas e, para isso, a melhor composição é com o PT”, afirmou ao Estadão/Broadcast o 1.º vice-presidente da Câmara, deputado Fábio Ramalho (PMDB-MG). No Estado, o atual governador, Fernando Pimentel (PT), tentará a reeleição.

/Via Estadão Conteúdo

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