Parlamentares de Madre de Deus subiram o tom das cobranças contra o governo municipal durante discursos no plenário da Câmara na terça-feira (30).
A maioria dos parlamentares elogiaram o projeto “Travessia” antes de ser aprovado no Legislativo. Apesar disso, parte dos vereadores questionaram a falta de ações ou serviços para comunidade.
Michele Paz (PSD) afirmou que a maioria dos Postos de Saúde da Família (PSFs) estão sem médicos e que as gestantes não estão recebendo acompanhamento como deveriam. Ela relata que um médico foi afastado em decorrência da pandemia e nenhum profissional foi contratado para fazer acompanhamento de alto risco das gestantes.
“O laboratório de analises clinicas não está funcionando da forma que a comunidade precisa ser assistida. Gente… A gente fala que tem muitas famílias passando fome, isso é uma realidade na nossa cidade, mas a gente precisa também entender que saúde é prioridade”, disse.
A vereadora reforça as declarações ao cobrar empenho de todos os envolvidos na saúde municipal, principalmente a secretária de saúde, Stela Souza, para mudar essa realidade da cidade e volta afirmar: “Saúde é prioridade.”
Michele disse ainda que no Centro de Especialidades Odontológicas não estão correndo atendimentos que precisam por falta de equipamentos, materiais e anestésico para realizar procedimentos.
Durante entrevista na rádio Madre FM na segunda-feira (29), Adailton do Suape (PCdoB) descreveu a Secretária Municipal de Saúde como “ausente”. Ele disse que secretários e agentes políticos costumam receber as vacinas e afirma que Stela Souza precisa ir para linha de frente.
“Cadê os exames? Cadê os medicamentos secretária de uso contínuo? Cadê as fraldas descartáveis? O povo de Madre de Deus de fralda geriátrica de qualidade viu secretária! Cadê os medicamentos? Cadê os PSFs? Cadê o sistema dentário de Madre de Deus que não tem material? É preciso ir pra linha de frente pra tomar conhecimento das coisas”, disse.
O comunista ressalta que não está na secretaria de saúde, mas parece que sabe mais do que a secretária sobre o que chamou de “erros grosseiros contra comunidade”.
O líder da governo na Câmara, vereador Marden Lessa (PSB) pediu ao prefeito Dailton Filho (PSB) para encaminhar um interlocutor para explicar por que a administração municipal não deu a cesta da semana Santa.
Ele destaca que existe uma lei aprovada na Casa para dar essa cesta a comunidade. O edil pediu ainda explicação sobre a denúncia feita pelo vereador Adailton sobre um contrato de assessoria na Secretária de Obras no valor de R$ 4,5 milhões.
“Aqui quero pedir uma reflexão a comunidade, a equipe do prefeito e principalmente aqueles que dizem que sou o semeador da discórdia: será que é mais interessante a gente dar cesta básica ao povo ou fazer a consultoria da secretária de obras?”, questiona.
Marden afirma que cobrou durante a gestão de Jailton Santana (PTB), Jeferson Andrade (PP) e vai cobrar a administração de Dailton Filho (PSB).
“Por que não está pagando o auxílio Covid? Tem lei aprovada nesta Casa também. Se não tem orçamento, nos diga que não tem orçamento, venha mostrar porque não está pagando o auxílio Covid”, disse o parlamentar ao justificar que cobrou em outras gestões e se ficar calado agora será cobrado pela oposição.
O vereador André da Limpeza (PSD) disse que funcionários do Hospital Municipal que estão na linha de frente ainda não receberam a rescisão. Ele afirma que já procurou a prefeitura que informou que já repassou 70% do pagamento para empresa que administrava a unidade de saúde e que aguarda alguns documentos para efetuar o pagamento de 30% que faltam do repasse.
André conta que o responsável pela empresa explicou que a folha de pagamento, rescisões estão prontas e já foram apresentadas todas as documentações exigidas pela prefeitura. O vereador garantiu que vai procurar o secretário responsável pela pasta para descobrir quem está falando a verdade e reforça que “com o salário do povo não se brinca”.
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