O vereador Juscelino Silva (SD) defendeu na terça-feira (16) na Câmara de Madre de Deus que as igrejas devem utilizar o dinheiro do dizimo dado por fiéis para comprar cestas básicas e distribuir para população neste período de pandemia.
O vereador fez a declaração, após Joyce Lima (Republicanos) apresentar um projeto de lei para tornar as atividades religiosas serviços considerados essenciais no combate ao novo coronavírus.
Joyce justifica que os templos religiosos através dos cultos oferecem apoio emocional para as pessoas que são acometidas por depressão ou princípio de depressão.
Juscelino afirmou que votaria a favor do projeto de autoria da parlamentar desde que o dinheiro do dizimo recolhido durante a pandemia fosse usado para comprar cestas básicas para moradores. O edil antecipou que a sugestão seria uma emenda ao projeto de Joyce. A declaração provocou reação imediata dos dois vereadores evangelísticos na Casa.
“As igrejas e os templos religiosos fazem sim, o seu trabalho no município, muito, muito antes de pandemia… Porque a gente não lembra apenas dos fiéis durante pandemia: são pessoas que são cuidadas, são pessoas que estão sendo abraçadas, muito antes de pandemia”, disse Joyce com voz trêmula, no plenário da Câmara. “Queria deixar essa ressalva aqui, para que todos possam ouvir e também para o vereador Juscelino”, emendou.
O vereador Pastor Melk (SD) endureceu ainda mais o discurso contra a fala do colega de partido. “Eu acho que ninguém pode legislar nos recursos da igreja, principalmente se não dizima lá. Se seu dinheiro não está sendo dizimado lá, você não pode falar dos recursos da igreja”,reagiu.
O Pastor acrescenta que podem mexer com ele, mas não aceita que mexam com a igreja.”Não mexa com a igreja não. Se mexer com a igreja aí, acabou o amor, acabou a amizade. Isso aí é serio pra mim”.
Melk pediu que as igrejas fossem respeitadas, dando a entender que na opinião dele, Juscelino havia desrespeitado as igrejas.
Em nota compartilha numa rede social, o vereador Juscelino Silva (SD) escreveu que o seu discuso no Legislativo não tinha o objetivo de atacar o seguimento religioso. No texto, ele explica, que a sugestão foi relacionada ao dizimo de todas as religiões, inclusive, a dele que é a católica.
“Como o dízimo também é usado para mostrar misericórdia e criar igualdade social e não só para manutenção das igrejas assim como diz na bíblia”, escreveu. Ele ressalta no post que sugeriu que o dizimo fosse “transformado em cesta básicas para ajudar a população em tempo de pandemia”.
Por fim, ele aponta que vem de família religiosa e que a declaração foi direcionada ao coletivo, ‘independente de religião’.
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