Após a prefeitura publicar um novo decreto na última quarta-feira (23) no Diário Oficial do Município (DOM) que proíbe o acesso de pessoas de outras cidades ao município, motoristas não encontraram dificuldade para entrar em Madre de Deus.
De acordo com o documento, a administração justifica que a medida tem o objetivo de conter a disseminação do coronavírus no município. Ao passar na barreira, a temperatura corporal do motorista é verificada.
Em seguida, o condutor pode entrar na cidade sem qualquer impedimento. Uma pessoa que trabalha no local disse a reportagem que as medidas podem ser endurecidas nos dias que antecedem a virada de ano. Segundo o decreto, as restrições passaram a valer às 00h de quinta-feira (24) e seguem até às 23h59 do dia 05 de janeiro.
Antes de a prefeitura adotar as medidas, funcionários da barreira sanitária fizeram manifestações no local. Eles cobraram o salário atrasado. Em um dos protestos, o prefeito Jailton Santana (PTB) afirmou que se ele dissesse que não iria pagar, os salários atrasados não serão pagos.
Na ocasião, o alcaide ressaltou que não trabalhava com pressão de ninguém e dispara: “Se tiver que parar, vai parar! Pode parar… Já me fodi mesmo”.
Quando outro colaborador começou a fazer sugestões, o prefeito se virou e percebeu que estava sendo filmado. Visivelmente irritado, Jailton não economizou em palavras de baixo calão.
“Porque tá gravando essa porra, essa desgraça? Eu não tô aqui rapaz?”, interpelou exasperado.
Em seguida, é possível ouvir a voz de alguém que nega que tenha registrado as imagens. Após a negativa, a câmera é colocada para baixo. Aos gritos Jailton refuta as declarações: “Tá gravando essa desgraça pra quê?” O vídeo foi compartilhado amplamente nas redes sociais entre internautas da região.
Durante uma entrevista na rádio Madre FM, o prefeito informou que os colaboradores receberam o pagamento de novembro, mas que teriam ficado sem receber 15 dias de trabalho, referente ao mês de dezembro.
“O gestor que assumir, ele vai ter o compromisso de pagar! A dívida é do município, é da prefeitura de Madre de Deus. Eu estava gerindo, mas não deu tempo de eu terminar por falta de recurso. O próximo gestor que entrar, se tiver o recurso ele vai ter a obrigação de pagar também”, disse o chefe do Executivo.
Um funcionário que não quis se identificar informou que duas rescisões de empresas diferentes ficaram pendentes. Cerca de 5 colaboradores estão aferindo a temperatura corporal de moradores e turistas na entrada da cidade.
Até a tarde de sexta-feira (25) e a manhã deste sábado (26), não houve restrições para motoristas que passaram na barreira sanitária.
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