Após denuncia de vereador, Secretário de Saúde de Madre de Deus diz que não falta médico

Vereador ressalta que a prefeitura paga 1,4 milhão para empresa administrar o Hospital Municipal, mas não há atendimento de excelência.

Hospital de Madre de Deus -Foto: Bahia Manchetes.

O vereador Marden Lessa (PSB) denunciou na manhã desta quinta-feira (10) que não havia médico anestesista no Hospital Municipal Dr. Eduardo Ribeiro Bahiana, em Madre de Deus. Segundo ele, uma gestante precisava da anestesia para cesariana.

A informação foi veiculada durante um programa na rádio Madre FM. O parlamentar afirmou que a saúde da cidade “está entregue as traças”. Discorrendo em seguida que estão misturando a política partidária com a política pública.

De acordo com Marden, os funcionários não receberam os salários referente ao mês de novembro, mas mesmo assim, estão atendendo os pacientes muito bem.

“Não tem anestesista no hospital! Tá esperando o anestesista chegar, ligaram para o anestesista vir, pra dizer que tem uma menina aqui em trabalho de parto. A menina está se contorcendo de dor dentro da sala”, lamentou o edil.

Ele afirmou ainda que “os funcionários que são filhos de Madre de Deus estão aqui dando a cara pra bater, que não tem culpa, estão aqui trabalhando, tentando levar o seu sustento”.

O vereador disse que denunciou as empresas IGST e APMI  durante a gestão do então prefeito Jeferson Andrade.

“Denunciei essa empresa que está saindo hoje, mas uma vez dando calote no nosso povo. E não é possível que o prefeito do município mesmo ele sendo um prefeito substituto, mas ele foi votado na chapa com Jeferson. Não é possível que ele não tenha compaixão com as pessoas da cidade, pelo amor de Deus, eu estou no hospital aqui”, desabafou Lessa.     

Ao ser questionado pelo apresentador como estava a situação da unidade, ele disse que os funcionários não sabem responder.

“Se vocês adentrarem o hospital vocês tiram como hospital tá pela entrada, o que tem de mato no jardim do hospital. Você vê logo pela entrada do hospital como tá! As cadeiras enferrujadas, a nossa cidade está entregue as traças. E é esse o rapaz que queira governar mais 4 anos o nosso município”, dispara.

Ele reforça que os funcionários “vão tomar toco pela terceira vez numa empresa do hospital” e a ” comunidade tá aqui reclamando, vieram fazer exame” e não tem médico na área destinada para pacientes diagnosticados com covid-19.

Ele ressaltou que a prefeitura paga 1,4 milhão para empresa administrar o Hospital Municipal, mas não há atendimento de excelência.

“Eu fico triste de dizer que sou homem público, uma pessoa que foi votado nesta cidade pra poder chegar aqui no hospital encontrar nossa cidade dessa forma”, lamentou.

Ele destaca que os colaboradores não tem culpa que o prefeito Jailton Santana perdeu a eleição.

O secretário municipal de saúde, André Luis, entrou em contato com a emissora, cerca de 30 minutos depois.  Ele informou que todas as especialidades do hospital estão funcionado.

“Só pra elucidar para população ficar tranquila, porque foi dito aí que não tinha anestesista. O anestesista está na cidade, inclusive, o parto já tá em procedimento lá”, disse.

Em outro momento, ele afirma que pode ter ocorrido um equívoco, apontando que o anestesista fica na cidade sob aviso.

Ainda conforme o secretário, houve um problema com o médico responsável pelo atendimento de pessoas  contaminadas pelo coronavírus. Ele justifica que quando isso ocorre um dos clínicos realiza o atendimento no centro de tratamento do Covid-19.

Após a explicação do secretário André Luis, o apresentador disse que acompanhou uma pessoa que testou positivo para doença, mas que no local não havia médico. Ele disse ainda que o médico ficou super irritado em atender a pessoa infectada. (Confira aqui) 

O responsável pela saúde pediu que o comunicador enviasse mais dados e garantiu que vai apurar a denuncia.

“Eu só estou ligando para esclarecer: não falta médicos. Os médicos estão no hospital, só para esclarecer ao veículo de informação e aos munícipes”, asseverou.

O vereador Marden Lessa disse ao Bahia Manchetes que recebeu a informação de uma enfermeira que o anestesista não estava na unidade, e que, o profissional estava chegando.

“As 9h40 na parte do covid não tinha médico, não teve atendimento para esse morador. E na parte de cá, do hospital normal,  o obstetra estava lá, mas marcou para 10h30 porque estava esperando o anestesista chegar. Não me disseram de onde”, disse

Sobre a declaração do secretário André Luis, o parlamentar disse que vai respeitar porque não ouviu o que foi dito. Ele completa afirmando que se o responsável pela saúde disse algo diferente da situação relatada por ele, não está condizente com a verdade.

“Eu estou dizendo o que eu vi e estava lá, não é o que ninguém está me falando”, emendou.

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