O vereador licenciado de Madre de Deus e atual Secretário de Cultura e Turismo, Marden Lessa (PCdoB) rebateu na tarde de segunda-feira (17) as declarações do deputado estadual Nilton Bastos (PP) e disse que o progressista foi informado no dia 20 de janeiro, através de mensagens num aplicativo de celular que “a partir daquele momento a gente não tinha mais compromisso político nenhum”. As declarações foram em resposta a entrevista que o deputado concedeu ao Bahia Manchetes na última quinta-feira (13).(Relembre aqui)
“Se ele não entende isso como ruptura política, quem sou eu pra fazer com que ele entenda”, diz. E completa: “Eu não tenho compromisso nenhum para deputado estadual com ninguém mais. O que a gente fez um pelo outro, a caminhada que a gente teve, acho que já tá mais do que pago, digamos assim na forma política de falar. O deputado segue o caminho dele e eu sigo o meu”, disse em entrevista ao Bahia Manchetes.
Ele acrescenta que amizade será mantida: “Amigos eu tenho vários, inclusive, que convivem e estão no grupo de oposição, amizade é amizade e política é fora a parte”.
Marden rechaçou as declarações de Nilton sobre a sua idade ao descrever como um pensamento “equivocado”. Ele justifica que Jeferson Andrade (PP) assumiu a prefeitura com 29 anos de idade e saiu nos primeiros 9 meses com 92% de aprovação popular.
“O governo esse ao qual, o prefeito entrou pelo PR e Nilton levou Jeferson para o PP. A partir desse momento aí, Nilton ingressou na política de Madre de Deus, efetivamente falando. Então Nilton naquela época, salvo engano, hoje o deputado deve ter 38, 39 anos, faça conta aí, há 9 anos atrás, quantos anos Nilton tinha para ser secretário de governo do município de Madre de Deus?! Uma pasta tão importante e tão delicada, porque é pasta que faz o elo com o poder Legislativo, é a pasta que faz a relação política institucional do governo”, asseverou.
Para Marden, o deputado “deve tá com problema de memória”, disse ainda, que ele tem quase a mesma idade do chefe do Executivo. “Essa é uma das desculpas que talvez, ele possa tá tentando colocar para não assumir o que verdadeiramente aconteceu”.
O comunista afirmou ainda que quando lê determinadas declarações, ele tem vontade de relatar como realmente aconteceu.
“De que forma foi feita, quem foi que fez: A, B e C, nominar todo mundo e deixar tudo aos pratos limpos. Mas aí vão terminar dizendo que a gente quer guerra, que a gente quer briga, que a gente quer ódio e não é esse o trabalho que a gente quer, a gente quer fazer um trabalho de amor e carinho com a nossa candidatura e acima de tudo com a população de Madre de Deus. A gente precisa às vezes respirar e contar de 1 até 10”, afirma.
De acordo com o vereador licenciado, o deputado apontou que só havia uma candidatura porque ele e o prefeito sempre tiveram esse olhar.
“Tudo foi feito, trabalhado para que a candidata fosse ela [Nita]. Então essa é uma visão dele. Eu só quero que ele entenda que neste momento estou sendo subordinado ao prefeito Jeferson na questão da secretária e eu tenho respeito ao prefeito e não queria tá dando determinadas declarações sendo subordinado ao prefeito Jeferson. Por isso, que eu pedir, entreguei a secretaria em duas oportunidades e o prefeito pediu que eu ficasse até o Madre Music, depois pediu pra conduzir o Carnaval”, disse.
Ainda conforme Marden, a vontade dele era estar na Câmara para deixar tanto o prefeito Jeferson como Nilton, livres para dar às declarações que eles quiserem.
“Aí sim, Nilton poder dizer que tem uma única pré-candidatura. Porque essa única pré-candidatura que ele fala, pontuava menos do que eu. Agora conseguiu nos passar por conta dos direcionamentos que eles deram, mas pontuava menos do que eu em todas às 3 pesquisas que eu tive acesso. Inclusive, nas pesquisas que eles disseram que tinha. Ficaram de me apresentar no dia da segunda conversa que nós tivemos. E aí, disse que deu problema na impressora lá, o prefeito estava com problema na impressora e ficou de imprimir para gente ver o resultado dessas pesquisas e até hoje a gente não conseguiu enxergar”, frisou.
O secretário ressalta que o deputado pode fazer o trabalho dele com a candidata e com o grupo, disse ainda, que ele Pastor Melk (PPS) e Lindivaldo Bonfim (PCdoB) vão fazer o próprio caminho “neste momento de independência, quem sabe lá na frente a gente pode estar junto ou não só Deus e o povo é que vai saber”.
Marden explicou que quando falou sobre “jogo sujo” referiu-se aos partidos que garantiram apoio a sua pré-candidatura, mas no primeiro momento recuaram para marchar com a candidata do prefeito. Ele também cita um secretário que fez todo tipo de “jogo sujo” mencionado o que chamou de “inverdades” sobre a sua a vida pessoal. Além disso, ele conta que ocorreram “entraves” e “massacres”, que segundo ele, no momento certo, poderá dizer os nomes para não cometer injustiça.
O comunista também declara que tem uma ‘boa relação’ com o governo, apontando que o grupo fez uma escolha e ele precisa respeitar, apesar dos direcionamentos e imposições.
“As ranhuras e às fissuras existem, e isso com o tempo ela vai sanando. O tempo é a cura para todos as coisas. A gente precisa deixar claro, e aí hoje, eu fico bem aliviado por isso. Porque a gente tem uma independência pra decidir por onde a gente quer caminhar e assim o prefeito Jeferson… Eu repito, esse governo que tá aí a gente ajudou a construir, mas tá na mão dele. Ele é que sabe, qual o caminho que ele quer comigo, ou com Melk, ou com Lindivaldo”, disse.
Ele completa, afirmando que acredita que têm uma boa relação com a maioria do grupo, mas que não vai fingir que não houve ranhuras na relação com alguns aliados.
“À avaliação não tem nem que partir de mim, tem que partir de lá pra cá, a gente só espera cumprir nosso acordo político com o prefeito Jeferson. Depois poder voltar pra Câmara pra que a gente possa ter poder de decisão, sem que deixe o prefeito também numa relação de ‘sinuca de bico’, uma vez que, respeito ele neste momento, ao qual estou secretário e subordinado a ele que é o prefeito do município”, ressalta.
O vereador licenciado mencionou ainda que vários fatos foram responsáveis pela retirada da pré-candidatura a prefeito. Ele cita que em todos as pesquisas seu nome era o primeiro do grupo, aparecendo em terceiro nas pesquisa geral com 13, 14 e 15%.
“Com todo respeito, a pré-candidata do prefeito. A pré-candidata do prefeito [Nita de Brito] veio pontuar 5%, depois de muito tempo. Nosso grupo político já tinha 13%”, disse.
Segundo ele, na época, Nita pontuava entre 1%; 1,2%; 2%. Já Noronha, conforme Marden, aparecia aproximadamente com 0,8% e 1%.
“Depois de mim, quem melhor pontuava era o deputado Niltinho, depois vinha o vereador Anselmo. Depois o vereador Anselmo retirou o nome”, diz.
Marden declara ainda que também viu pesquisas na oposição que mostravam os mesmos números, e que, esse foi um dos critérios que o levou a tomar a decisão.
“Uma outra coisa, é o tempo pra gente refazer o caminho na pré-candidatura a reeleição de vereador. E com isso, a gente estabeleceu um projeto agora proporcional com Melk e Lindivaldo, a gente precisava de tempo”, disse, acrescentando que pensou bastante na população e naqueles que foram indicados.
“Estavam sofrendo determinadas situações para que pudesse ir para determinados eventos já que, uma vez que, a candidata foi lançada e eu não queria prejudicar essas pessoas. Apesar de que eu entendia que se essas pessoas continuassem conosco, garantindo o nosso nome lá, a gente estaria mais forte até em poder vir a negociar acordos políticos para quem a gente iria apoiar. Só que a gente respeita, apesar de que lá atrás, a gente teve uma ou duas oportunidades de ruptura e não rompemos, pensando nestas pessoas. E esse era o momento de a gente está junto”, relata.
Para Marden, com a retirada da pré-candidatura as pessoas terão liberdade para escolher caminhar com a decisão do prefeito ou seguir com ele.
“A gente vai dar total apoio em tudo, uma vez que a gente garante a governabilidade do prefeito na Câmara, eu e o Pastor Melk. A medida que essas pessoas tomem qualquer decisão, seja contrário o que for indicado, vai estar de baixo da nossa asa”.
Por fim, ele ressalta que ao retirar a pré-candidatura vai avaliar os nomes e propostas, negociar, debater e inserir ideias e projetos no plano de governo do candidato que decidir apoiar, disse ainda, que não precisa ser político para colaborar com o município.
Seja o primeiro a comentar