Prefeito de Madre de Deus alfineta novo presidente durante posse: “Cometeu uma falha”

Para simbolizar os "assédios" que podem ocorrer durante a gestão do novo presidente, o prefeito contou que já ofereceram a ele lanchas com mulheres para passear.

Prefeito Jeferson Andrade (Foto: Divulgação/ Arte Bahia Manchetes)

O prefeito de Madre de Deus, Jeferson Andrade (DEM) alfinetou o novo presidente da Câmara, Paulinho de Nalva (PRB) que tomou  posse nesta terça-feira (1º). Durante a cerimonia, o mandatário disse que o vereador  “cometeu uma falha” na relação deles. Jeferson abriu o seu discurso informando que não era um dia de longas declarações, mas destacou que iria deixar uma mensagem para Paulinho.

Depois relatou a necessidade de mudança no regimento interno para que a data da solenidade possa acontecer no dia 2 de janeiro,  justificando a ausência de familiares de políticos que não estavam presentes por uma questão de agenda, e que teria dormido às 4h da manhã.  “Também estou com a aquela  ressaca de cansaço”, disse. Em seguida, ele pediu para o novo presidente ter “discernimento” e “sabedoria”.

“No mundo moderno não cabe politicagem, nós temos que ser políticos e político é aquele que todos,  não apenas os de mandato não se desrespeitam uma autoridade em lugar nenhum”, afirmou.

Apesar de não ter sido muito especifico em seu discurso, o chefe do Executivo deu a entender que a “falha” cometida  pelo vereador do PRB foi denunciar ao Ministério Público da Bahia (MP/BA) que poderia ocorrer  “fraude” na eleição interna da Casa.

O documento assinado por Paulinho citava o acordo formulado na Câmara em que segundo o MP, Jeferson e outros 4 agentes políticos , teriam ajustado que a eleição da chapa vencedora para a mesa diretora do poder Legislativo em 2010, estava condicionada ao rateio de verbas públicas entre eles.

O texto também apontou o ex-presidente Marden Lessa (PC do B) como parte das articulações para eleger a bancada de apoio ao Executivo. Em seu discurso, o prefeito usou  palavras como  “amor” e “paixão”  para descrever as relações políticas.

Sem citar nomes, o gestor deu a entender que a relação entre ele e Paulinho é verdadeira, apontando a costura com a oposição como passageira. “Separe bem  na sua vida pessoal e profissional, aquilo que é fogo e aquilo que é amor. As paixões das relações passam. O amor é aquilo que é verdadeiro”, disse.

O alcaide não conseguiu esconder o receio de que o Bloco Parlamentar composto por três vereadores da base e três de oposição cause problemas. O prefeito não apoiou a candidatura de Paulinho que contou com os votos da oposição para vencer a disputa.

Para simbolizar os “assédios” que podem ocorrer durante a gestão do novo presidente que possam trazer transtornos para o Executivo.

Ele lembrou que quando quando era “prefeito interino recebeu propostas de diversas naturezas, inclusive, de lanchas com mulheres” para passear na baía de Todos-os-Santos e até sair do Estado. Segundo ele, para  “fazer reggaes extraordinários”. Ele disse ainda que existem convites de todos os níveis para envolvimentos de todas as naturezas:  “Empresários que fazem propostas mirabolantes”.

O prefeito enfatizou que os assédios “serão mil” e “os amigos oportunos serão três mil”. Ainda conforme o mandatário, o novo presidente terá que separar a “paixão do amor” e o “efémero do perene”.  Em seguida,  ele definiu a relação pessoal  com Paulinho como “maravilhosa”, acrescentando que não poderia deixar de mencionar o que chamou de “falha”. “Paulo cometeu uma falha em nossa relação recente, aquilo é paixão”.

O chefe do Executivo fez um alerta em tom de “intimidação” para Paulinho tomar cuidado com o “fogo da paixão”, disse ainda, que todos podem chegar a qualquer lugar.

“Às vezes o fogo que é para aquecer queima as mãos, queima o corpo e as vezes até a alma”, a declaração faz referência a aliança entre Paulinho e a oposição que através da denúncia atingiu tanto o prefeito quanto aliados. Na ocasião, o prefeito chegou a ameaçar demitir todos os funcionários ligados a Paulinho, mas depois recuou.

Por fim, o gestor voltou a comparar relações políticas  com sentimentais ao sinalizar para Paulinho ter cautela e saber separar  a “paixão do amor”. Discorrendo em seguida como uma forma de advertência sobre as decisões que podem fazer o parlamentar  ‘ter uma vida longa na política’.

O novo presidente substituiu Marden. Na cerimônia também foi empossada a nova mesa diretora da Câmara. Kikito Tourinho (PPS), é o vice-presidente, Val Peças (PSL), o 1º secretário e Jodiane Alves (PRB), a 2º secretária.

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