Número de mortos em tragédia de Brumadinho sobe para 84

Equipes de resgate encontraram dois corpos perto do refeitório, onde trabalhadores estavam almoçando quando a lama desceu.

© Foto: DOUGLAS MAGNO/AFP/Getty Images

Subiu para 84 o número oficial de mortos na tragédia de Brumadinho; 276 pessoas são consideradas desaparecidas. Nesta terça-feira (29), as equipes de resgate encontraram dois corpos perto do refeitório, onde trabalhadores estavam almoçando quando a lama desceu.

Helicópteros cruzam o horizonte carregando um corpo, dois, mais um. A cada dia que passa sem chuva e com sol forte, uma área maior da lama vai secando e fica mais seguro caminhar e chegar mais perto dos locais onde estão as equipes de busca. A 300 metros do local onde fica um restaurante e outros prédios da Vale é um dos pontos onde se concentram as buscas.

Na sexta-feira (25), quando a barragem 1 do complexo da Vale estourou, a onda de rejeitos desceu arrastando tudo pelo caminho. O primeiro impacto foi justamente nas dependências da mineradora, onde ficavam os escritórios e o refeitório, que foi deslocado por cerca de 800 metros. Centenas de funcionários foram soterrados. A Vale ainda não explicou por que construiu esses prédios tão perto da barragem

Um funcionário da Vale resgatou uma mulher pouco depois de a barragem se romper.

A terra mais seca facilita o acesso aos locais onde estão os corpos, mas por outro lado representa uma dificuldade, é mais difícil cavar, alcançar os corpos porque a terra já está bastante sedimentada e dura.

É um trabalho muito delicado. Bombeiros trabalham com cuidado, usando jatos de água para ir abrindo caminho, pouco a pouco, até chegar ao local onde estão corpos.

Também tem ajudado muito o trabalho dos cães farejadores, eles também trabalham de forma incansável localizando odores desses corpos. Os bombeiros precisam abrir caminho para que esses cães circulem no local. Os bombeiros cavam uma espécie de túnel para que os cachorros possam entrar, farejar algum vestígio, alguma pista de algum corpo.

“A gente trabalha diante de protocolos internacionais, eles dizem para a gente que, em casos de desastres de estruturas colapsadas, a gente tem que trabalhar com até sete dias de sobrevivência. Hoje é o quinto dia, então a gente começa a acessar com as máquinas e, posteriormente, no sexto dia, uma remoção mais rápida com máquinas para dar uma reposta melhor para a sociedade”, explicou o capitão bombeiro Leonard Farah.

Uma equipe de soldados israelenses trabalha em separado, perto de uma área demarcada por uma fita branca. Eles usam radares e sonares para detectar que tipo de material tem embaixo do solo, se é terra, se é concreto, se é algum corpo. Eles também usam equipamentos que detectam sinais da existência de celulares, pista que pode até uma das vítimas.

Neste quinto dia de buscas o trabalho intenso dos bombeiros e militares no solo se refletiu no céu de Brumadinho com a movimentação de helicópteros. Com informações do JN.

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