Ao som de marchinhas o bloco ‘Toma Sopa’ atraiu para Praça Pedro Gomes no inicio da tarde deste domingo (4), ao percurso da Francisco Leitão à Rua do Dendê uma multidão. Os foliões mirins, adultos e idosos foram antecipar o carnaval em família. A animação alcançou todas as idades e gerações. O desfile de pré-carnaval se repete no município há 60 anos.
Teve diabinhas, anjinhas e até Fred Flintstone com carro e tudo. Os mascarados fizeram um show à parte. A fantasia fica por conta da criatividade e irreverencia dos foliões. O bloco animou o público que brincou mesmo debaixo do sol escaldante.
Crianças se exprimiam com os pais no meio da multidão para acompanhar a festa que foi feita para elas. Levando além da espuma, um colorido diferente para as ruas da cidade.
A Rua Francisco Leitão foi tomada pela multidão que se juntava ao bloco que valoriza a folia sem cordas.
Mesmo com clima quente e sem água, Dona Heloina Pitangueira, de 84 anos, tirou apenas um cochilo antes da folia. Com rosto avermelhado castigado pelo sol e um semblante revelando o cansaço, ela não parava nem por um minuto, seguia de um lado para outro, perguntando se os visitantes queriam alguma coisa, sorria e brincava, sinalizando algo que aconteceu durante o desfile.
Amável e hospitaleira, a fundadora do bloco já sentindo o peso do cansaço sentou-se um pouco, e com a sensação de missão cumprida desabafou: “Se Deus quiser essa noite eu vou dormir um pouco”. Em seguida, ao ser questionada pela reportagem sobre o bloco, ela responde em tom descontraído e jovial: “ Foi joia, você viu quanta gente?”. Ela lamentou ainda não ter visto mascarados durante o desfile.
“Tinha careta? poxa eu não vi. Sabia que o bloco também foi criado por causa delas?”, diz Dona Heloina, enfatizando as crianças e os mascarados como figuras carimbadas do pré-carnaval na cidade.
Segunda Isa Mary, filha de Dona Heloina, a família saiu da cama por volta das 2h para colocar as bandeirolas na Praça. Porém, a matriarca teria tirado um ‘cochilo de apenas meia hora’. Ela ressalta que apesar do esforço durante a madrugada, a organização do bloco começa com meses de antecedência.
“Chamam a gente de minhoca, e as minhocas (no bloco ‘Toma Sopa’) colocam a cabecinha para fora”, brincou Isa, fazendo referência a moradores que só se encontram durante o desfile. Segundo ela, a sopa é feita pela própria comunidade. “A festa é do povo”. Ela destaca que os músicos da banda de fanfarra “tocam gentilmente”, sem cobrar nada. Ainda conforme Isa, para ser rainha mirim do bloco, os pais informam a D. Heloina ou a outro membro que auxilia na organização, e a criança entra na extensa lista, que já “tem rainha mirim até 2022”.
A maior parte dos grupos de fantasiados enfrentou o sol forte durante o cortejo, mas apesar do cansaço, muitos foliões circulavam pela Praça Pedro Gomes horas após o desfile.
Segurança
A delegada Marcele Guerra informou que foram registradas duas ocorrências na 17ª DT/ Delegacia Territorial. Uma por desacato e outra por injuria.
“Uma briga por injuria qualificada, duas meninas, mas não teve nada grave”, afirma à delegada, enfatizando o saldo positivo diante da dimensão da festa.
Seja o primeiro a comentar