A Polícia Civil da Bahia está tentando identificar o responsável por uma postagem feita numa comunidade no Facebook, mantida pela Secretaria de Saúde do Estado da Bahia (Sesab), que ofereceu US$ 700 mil (cerca de R$ 2,2 milhões) por um rim. O grupo tem 38.758 pessoas.
O caso foi denunciado pela Sesab ao Grupo Especializado de Repressão aos Crimes por Meios Eletrônicos (GME), após a coordenação de comunicação digital do órgão desativar os comentários e excluir a postagem. A secretaria divulgou um comunicado na página, relatando o ocorrido, nesta sexta-feira (9).
O comércio clandestino de tecidos, órgãos ou partes do corpo humano é crime, assim como qualquer tipo incitação à prática. Os doadores vivos precisam de autorização judicial para fazer doações. Atualmente, conforme a Sesab, 838 pessoas aguardam por transplante de rim no estado, e a taxa de solidariedade das famílias é muito baixa. Em 2017, 1.131 morreram enquanto aguardavam pelo órgão.
O post foi feito por um usuário que usa o nome de Craig Jonhson, que, conforme a polícia, seria supostamente da Nigéria, no dia 3 de março. Outro usuário, que seria do Brasil, comentou a publicação, se mostrando interessado à vender o órgão e ainda disponilizou um email para contato.
Nesta sexta-feira (9), a assessoria de comunicação da Sesab disponibilizou prints da publicação, feita antes de o post ser retirado do ar, e do perfil do usuário. A secretaria informou que os mesmo prints foram encaminhado pelo órgão à polícia, para que o caso seja purado.
Na mensagem postada, o usuário diz que é possível economizar uma vida e ganhar dinheiro com o negócio. “Você quer vender seu rim para salvar uma vida? Você está procurando uma oportunidade de vender seu rim por um bom preço para que você possa pagar sua dívida? É uma oportunidade para você vender seu rim por US$ 700.000 e acima”, diz trecho do post.
Ainda na mensagem, o usuário orienta que os interessados entrem em contato por email ou por WhatsApp. “Certifique-se de que não hesite em contactar-nos porque certamente nos certificaremos de que trabalhamos com você e também vamos garantir que você gosta de fazer negócios conosco”.
O delegado João Cavadas, do Grupo Especializado de Repressão aos Crimes por Meios Eletrônicos (GME), diz não acreditar que o caso se trate de tráfico internacional de órgãos — apesar de não descartar totalmente essa possibilidade. A polícia trabalha com a hipótese de que seja um golpe por dinheiro, já que é cobrada uma taxa, que varia de R$ 400 a R$ 500, dos interessados em fazer a doação no momento da inscrição. Com informações do G1.
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