O pai de uma menina de 5 anos usou as redes sociais para denunciar negligência e omissão em dois atendimentos realizados no Hospital Dr. Eduardo Ribeiro Bahiana, em Madre de Deus, na semana passada.
Na pastagem que foi amplamente compartilhada, incialmente Carlos Amorim, pai da menina, questiona se o prefeito Dailton Filho e a Secretária Municipal de Saúde, Salette Guimarães, sabem o que está acontecendo no hospital.
A Fundação ABM de Pesquisa e Extensão na Área da Saúde – FABAMED, que administra o Hospital Municipal em nota afirmou que a secretaria de saúde solicitou informações sobre o caso e reforça que será realizada auditoria interna para apurar os fatos.
De acordo com morador, a filha deu entrada na unidade de saúde com dificuldades para respirar na segunda (17) e na sexta-feira (21), foi passado remédios depois deram alta médica pra menina.
Segundo ele, no plantão de sábado (22), o médico identificou rapidamente que criança não estava conseguindo respirar direito e que solicitou exames junto a equipe, diagnosticando o grave quadro de saúde.
“Dr. Valdinei, que Deus continue abençoando a vida dele grandemente porque se não fosse primeiramente Deus e depois ele, eu não sei o teria acontecido com ela”, diz. E completa: “Minha filha hoje Dailton por conta da incapacidade de alguns médicos desse hospital está internada no Roberto Santos em estado grave”.
Com o registro publicado na web, não faltaram reclamações e mensagens de apoio.
Internautas chamaram de “incompetência” e “vergonha”. Outros destacaram situações semelhantes e cobraram fiscalização nos serviços públicos.
“Eles nem olharam direito a criança, a gente relatava o que a criança estava sentindo, eles passavam medicamento e mandava pra casa. Na sexta-feira, foi que a doutora de tanto minha esposa insistir possou uma benzetacil pra ela, depois mandou pra casa. Em momento algum foi feita uma avaliação para saber como estava o quadro [de saúde da criança], simplesmente, só receitou e mandou pra casa”, reclama o pai durante entrevista ao Bahia Manchetes nesta segunda (24).
O morador da cidade afirmou ainda que a filha começou a receber atendimento na unidade há cerca de 5 meses com sintomas de gripe.
Ela aponta que a menina foi atendida por profissionais que estudaram e conhecem todo o procedimento médico.
“Ao ver o estado que está a criança até um leigo já sabe que ela não estava bem e um profissional de saúde ver a situação que estava a criança e não fazer nada. Simplesmente receitar e mandar pra casa, então, infelizmente houve negligência no atendimento”, disse.
Ele conta ainda que a esposa também havia buscado atendimento pediátrico para filha na unidade básica de saúde no bairro do Suape, mas pegou a ficha 68 e não conseguiu ser atendida.
Carlos lembra que há 11 anos passou por uma situação semelhante quando a mãe dele teve um princípio de infarto, não recebeu um bom atendimento médico na unidade.
Ainda conforme o morador, na época a mãe dele recebeu assistência de um Médico do Serviço Móvel de Urgência (Samu) da cidade que realizou todos os procedimentos.
Ele acrescenta que houve até recusa de atendimento na ocasião “não é a primeira vez”.
“Já vem acontecendo há muito tempo, agora faz 11 anos que minha mãe faleceu. Hoje, estou com uma filha que praticamente passou pela mesma situação por negligência médica”, lamenta.
Ele afirma que a filha está com pneumonia e derrame na pleura. A pleura é uma membrana que reveste o pulmão e interior da parede torácica. A função da pleura é tirar o atrito na hora da expansão e esvaziamento do pulmão quando respiramos. O derrame é o acúmulo excessivo de líquido no espaço entre as membranas que recobrem o pulmão.
“Ela estava com dificuldade pra se alimentar, ela estava com dificuldade para fazer as necessidades físicas. Então assim o quadro dela é um pouco delicado, mas tá melhorando aos poucos e a gente tá aguardando se vai haver a necessidade de fazer cirurgia pra retirada desse liquido no pulmão. Hoje pela manhã, foi feito um exame ultrassom. Então a gente tá aguardando ver se vai fazer a cirurgia ou vai tratar com medicamento mesmo”, disse.
O morador afirma que espera que as autoridades olhem para população com mais empatia sem descaso nos serviços públicos e no hospital.
Ele diz que não tem intensão de falar mal de ninguém, mas lembra que a ex-prefeita Carmen Gandarela (In Memoriam) acompanhava os atendimentos médicos durante a madrugada na unidade e que isso resultava em bons atendimentos no hospital.
Ele diz ainda que espera que a secretara de saúde e a fundação tomem providências sobre o ocorrido.
Leia a íntegra da nota encaminhada pela unidade de saúde a imprensa:
A Fundação ABM de Pesquisa e Extensão na Área da Saúde – FABAMED, gestora do
Hospital Municipal Doutor Eduardo Ribeiro Bahiana vem através deste documento informar que hoje,
dia 24 de outubro de 2022, recebeu ofício n.º 152/2022, da Secretaria de Saúde de Madre de Deus,
requerendo informações do quadro da paciente pediátrica E.S.A que recebeu atendimentos nesta
unidade de saúde nos últimos dias.
Levando em consideração a queixa encaminhada, será realizada auditoria interna a fim de
apurar os fatos. Neste momento, aguarda-se os pareceres das Comissões de Ética Médica e de Revisão
de Prontuário para que possa ser emitido parecer final sobre o ocorrido.
Reforçamos que a Unidade está sempre pensando em nossos Munícipes, construindo uma
relação humanizada entre a equipe e os pacientes e buscando sempre um atendimento de excelência
para a população de Madre de Deus.
Madre de Deus/Ba, 24 de outubro de 2022.
Atenciosamente,
José Saturnino Rodrigues
Diretor Presidente da FABAMED
Seja o primeiro a comentar