“Uma manobra totalmente equivocada de levar uma pré-candidata, uma secretária do município de educação que largou nossos afazeres, mobilizou os funcionários, uma boa parte dos funcionários para estar na Câmara para poder fazer tudo isso aí, lobby com ela [sic]”. É assim que o vereador Kikito Tourinho (PPS) descreveu o posicionamento do poder Executivo de encaminhar a Secretária Municipal Nita de Brito (PP) para ler a mensagem do prefeito Jeferson Andrade na terça-feira (4) durante abertura dos trabalhos no Legislativo.
A declaração foi dada em entrevista ao Bahia Manchetes por telefone. “Criou uma situação, um mal-estar entre eles. Inclusive, os vereadores da base junto com a secretária que ficou numa situação muito delicada e eu fiquei muito sentido pela forma como foi conduzido. A gente ficou quase 40 minutos num debate na mesa para saber se liberaria ela ou não pra falar, porque todos ali sabiam. Eu mostrei no regimento, no artigo 2º, no parágrafo 3º, de que não cabe a ninguém ler a mensagem, a não ser o 1º secretário da mesa diretora que é Val Peças”, asseverou.
O parlamentar também responsabilizou a base governista pelo que chamou de “constrangimento” e “situação complicada e triste” sofrida pela secretária de educação.
Questionado se as flores no plenário foram para recepcionar Nita, ele sorriu e ressaltou que até brincou antes de saber que ela iria ler a mensagem do prefeito.
“Foi chegando o horário de 10 e quase umas 11h, eu estou vendo uma movimentação e uma pessoa comentou que sabia que Nita iria pra lá. Eu disse: ‘isso não cabe’. Aí, eu fui subir pro meu gabinete peguei meu regimento interno e fui ver aonde caberia ela falar na Câmara na sessão de abertura. E em momento nenhum e artigo nenhum, tinha dizendo que a secretária ou qualquer secretário no município pode ir lá falar pelo prefeito”, ressalta Kikito.
Ele afirma ainda que “chamou a atenção dos vereadores” e do “presidente, mas infelizmente não quiseram me ouvir e quiseram mais uma vez atropelar o regimento interno”.
Conforme o edil, se não é para seguir o documento deveriam “rasgar” e “jogar no lixo”. Para Kikito, o prefeito “nunca respeitou” o poder Legislativo ao classificar Jeferson como”uma pessoa muito dura” e ” inflexível”.
“Ele [o prefeito] continua tratando a Câmara como um puxadinho dele. Na hora que quiser ele manda e os vereadores da base tem que fazer o que ele determina, tem que ser da forma que ele quer. Então ele trata o tempo todo a gente com descaso”, diz o parlamentar, acrescentando que atitudes como essa “não cabem mais”.
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