Como prefeitura de Madre de Deus pretende diminuir críticas com a saída da TEL?

A estratégia do governo é ponderar as criticas com oportunidades de emprego, e manter a TEL na cidade nos próximos meses.

Centro Administrativo de Madre de Deus-Foto: reprodução.

Funcionários da empresa TEL Telemática estão apreensivos com a nota que vazou na internet anunciando o encerramento das atividades da empresa em Madre de Deus, na região metropolitana de Salvador.  Em um dos trechos da nota, a empresa informa que ‘diante da inviabilidade do empreendimento’ a TEL irá devolver o terreno doado pela prefeitura, na antiga área da Companhia de Carbono Coloidais (CCC). No mesmo local, onde dados de 2002 apontavam contaminação no terreno que se espalhou em um raio de 32.074 m², afetando moradias próximas.

Com o fim da concessão entre a empresa e a prefeitura, cerca de 700 pessoas devem perder o emprego. A TEL  foi apresentada para comunidade com uma estimativa de gerar 1,6 mil empregos no ramo de Call Center no município. Porém, em sua melhor fase a empresa conseguiu contratar cerca de 800 funcionários de Madre de Deus, Candeias e São Francisco do Conde.

A assessoria de comunicação da Tel informou que a nota foi enviada para prefeitura em comunicação interna. A empresa ainda não declarou oficialmente quando vai deixar o município, mas no documento que viralizou na web, a Tel diz que a ‘retirada da unidade ocorrerá gradativamente para afetar o mínimo possível a vida econômica da cidade’.

A prefeitura ainda não emitiu um comunicado sobre o assunto. Mas o prefeito Jeferson Andrade (DEM) sinalizou durante a convenção do PC do B que estava buscando novas oportunidades de empregos para a cidade.

A intenção da administração municipal é anunciar um novo convênio com outra empresa de seguimento ainda desconhecido. Na prática, a estratégia é ponderar as criticas com novas oportunidades de trabalho, e manter a TEL na cidade nos próximos meses até confirmar oficialmente uma nova empresa para amenizar a polêmica em torno da TEL. A empresa de Call Center é considerada por adversários políticos um dos grandes trunfos que impulsionaram a campanha eleitoral do prefeito em 2016.

Segundo interlocutores do governo, a manobra é a mesma utilizada no Parque Industrial que custou aos cofres públicos quase R$ 2,5 milhões. Com o fracasso do Parque, o chefe do Executivo apresentou a TEL como nova geradora de empregos para o município. Na ocasião, o prefeito Jeferson Andrade Batista (DEM) responsabilizou a crise e a lava jato por não conseguir terminar a obra.

“Infelizmente, por conta da crise, da Lava Jato e das corrupções que ligaram ao governo do Estado, a todo o país e a todo o PT, tivemos um problema grave na cidade e minguou o parque industrial. Os protocolos de intenção assinados começaram a se desestruturar”, relatou o prefeito no ano passado.

Ele completa ressaltando os empregos gerados pela Tel, e ainda enfatiza Madre de Deus como uma das cidades que mais geravam empregos na Bahia.

“Encontramos dessa vez a TEL, uma empresa que gera hoje 500 empregos no município, e que no futuro serão 1.600 . A nossa cidade talvez na Bahia hoje seja a que mais gere emprego e renda no estado da Bahia”, declarou o prefeito na época.

Aliados do governo declaram em reserva, que a saída da empresa poderá respingar no Secretário Municipal de Governo Nilton Bastos (PSD) que é pré-candidato a Deputado Estadual.

Ouça o áudio do prefeito Jeferson 

1 Comentário

  1. Boa tarde! O foco está direcionado a TEL, porém, o município atravessa uma das piores gestões. Não temos laboratório para exames, contamos com profissionais na sec. de saúde totalmente despreparados para não dizer outra coisa. A secretaria de saúde só aparece no município uma vez por semana, ninguém sabe do prefeito e nessa situação, a saúde está indo a pique…

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