Bolsonaro retweeta contas falsas de jornalistas e veículos de imprensa

Os perfis, que dizem fazer "paródia", usam identidade visual e foto que se assemelham às contas oficiais.

Deputado
Jair Bolsonaro (Foto: Reprodução)

A conta oficial do Presidente da República Jair Bolsonaro (PSL) no Twitter retweetou, entre sexta-feira (4) e este sábado (5), ao menos 4 posts de contas falsas de jornalistas ou veículos de imprensa.

Bolsonaro redirecionou para seu Twitter (retweetou) conteúdos publicados pelos perfis “Estabão” (@Estabao), “Interfetil” (@TheInterfertil), “Reginaldo Azedo” (@Reginaldoazedo) e “Trolha de São Paulo” (@trolhasp), contas falsas de Estadão, The Intercept, Reinaldo Azevedo e Folha de S.Paulo.

Os perfis, que dizem fazer “paródia”, usam identidade visual e foto que se assemelham às contas oficiais. No caso de “Interfetil”, “Reginaldo Azedo” e “Trolha de São Paulo”, os nomes são acompanhados de um ícone azul que pode confundir o internauta menos atento, fazendo-o acreditar que se trata do ícone de conta oficial e verificada pelo Twitter.

© Reprodução/Twitter Conta paródia de veículo retweetado por Bolsonaro.
© Reprodução/Twitter Paródia de perfil de jornalista retweetado por Bolsonaro.

O presidente sabe que as contas são falsas.

O conteúdo do “Estabão” retweetado por Bolsonaro, por exemplo, faz uma crítica a reportagem da Folha em que um leitor dizia jamais ter sentido “cheiro de socialismo” no Brasil – em seu discurso de posse no Palácio do Planalto, Bolsonaro disse que vai libertar o País do “socialismo”.

“Vocês acham que é fácil competir pra ver quem faz as melhores paródias? Não, não é nada fácil, a Folha de S.Paulo nos supera”, dizia o post do “Estabão”. Bolsonaro acusou a Folha de divulgar fake news diversas vezes durante a campanha, e o jornal rebateu as críticas.

Os 4 perfis fake foram criados em novembro e dezembro de 2018 e têm cerca de 3 mil seguidores cada um, à exceção do Estabão. “Ultrapassamos o marco dos 7.000 seguidores com apenas 6 dias de perfil”, diz post fixado na página.

As contas também podem ter sido derrubadas pelo Twitter e recriadas com outro nome. É o que informa, por exemplo, o texto de apresentação do “Interfetil”. “Conta para substituir outra conta brutalmente censurada pelo Twitter.”

Nesse sentido, o “Estabão” faz um apelo: “Não nos denuncie, entre no clima da zoação e siga-nos”. E informa que um “perfil reserva” está à disposição.

Gleisi caiu em ‘pegadinha’

A presidente nacional do PT, deputada federal eleita Gleisi Hoffmann, caiu recentemente em uma fake news publicada na conta “Monica Bengamo” (@monicaberganho), um perfil “paródia” da colunista Mônica Bergamo, da Folha.

Em sua conta oficial, a jornalista fez um “alerta”: “Tentam usar a credibilidade do trabalho jornalístico p enganar as pessoas. Dizem ser paródia qdo na verdade disseminam infos falsas.” Com informações de Huffpost Brasil.

 

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