A Unesco, braço da Organização das Nações Unidas (ONU) voltado para a Educação, Ciência e Cultura, cobrou investigações às autoridades brasileiras sobre a morte do radialista Weverton Rabelo Fróes, conhecido como Toninho Locutor, em Planaltino, na Bahia. O crime ocorreu no dia 4 de abril, em frente à casa da vítima, na zona rural do município.
Ele apresentava um programa na rádio Antena 1 e tinha personagens fazendo críticas à gestão da prefeitura. A Polícia Civil investiga a informação de que Toninho teria enviado áudios relatando ameaças e dizendo que a rádio poderia ser fechada em um aplicativo de mensagem no celular.
A diretora-geral da Unesco, Audrey Azoualay, classificou o crime como “condenável” e cobrou esclarecimento às autoridades brasileiras.
Segundo ela, este é um crime contra um indivíduo e contra uma sociedade inteira. Nas palavras da líder da Unesco, “nenhum país pode permitir a impunidade fortalecendo os que usam de violência e minam a liberdade de imprensa, o acesso à informação e o direito fundamental da liberdade de expressão”.
A delegada responsável pelas investigações, Viviane Rosa, informou que o crime ainda está em sendo apurado.
De acordo com ela, várias pessoas já foram ouvidas e a polícia está aguardando laudos periciais no celular do radialista para confirmar se, de fato, era dele a voz que falava sobre as ameaças de fechamento da rádio. A delegada, no entanto, disse que não será fácil elucidar o homicídio.
“É um crime de difícil elucidação, principalmente por ser em uma área de zona rural, lugar ermo, sem testemunhas, nenhum tipo de tecnologia no local e adjacências. A rádio era pirata e a programação era de músicas e anedotas, não havia política”, informou.
Viviane Rosa disse também que Weverton não tinha perfis em redes sociais e fazia críticas à prefeitura somente pelo aplicativo de mensagens. O radialista teria apoiado o atual prefeito enquanto ele era candidato, mas, depois de eleito, passou a tecer críticas à gestão.
“Ouvimos várias pessoas, como uma que ele teve um problema na política. Estamos checando álibis e vamos tomar algumas medidas que dependem da Justiça. As investigações caminham”, disse a delegada.
/Via G1
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