Falta de remédios de uso contínuo põe em risco a vida de pacientes em Madre de Deus

Farmácia Básica fechou nesta quarta-feira (7) para concluir o processo de lançamento do inventario e identificar os medicamentos que estão em falta na cidade.

Falta de remédios de uso contínuo põe em risco a vida de pacientes em Madre de Deus (Foto: Google Street)

A falta de vários medicamentos de uso contínuo que são distribuídos pela Farmácia Básica vem prejudicando o tratamento e colocando em risco a saúde de centenas de pacientes em Madre de Deus.Quem não tem condições de comprar, fica sem os remédios ou tem que depender da solidariedade.

A dona de casa Raimunda Maria, de 63 anos, relata que acaba contando com a ajuda do irmão, que pega os mediamentos na Farmácia Básica de Camaçari. “Lá também também está em crise, mas não falta remédios de uso contínuo”.

“Uma pessoa com diabetes nessa idade, com problemas de saúde e não tem médico, e não tem remédios. Então é pra matar, antes pegar logo uma faca e enfiar no paciente”, dispara a moradora.

Ele tem hipertensão, diabetes, artrose, colesterol alto e depende de 8 medicamentos para sobreviver,  todas as manhas mede a glicemia, calcula os carboidratos que vai comer e depois regula a dose certa de insulina. O ritual se repete outras três vezes durante o dia.

O problema é que tem sido difícil conseguir as  fitas de medição de glicose, que deveriam ser fornecidas de graça.

A dona de casa conta ainda que toma chás naturais, faz orações e pede a Deus para que a situação seja resolvida o mais breve possível.

No município, existem cerca de 480 pacientes diabéticos, quase 200 utilizam insulina. Na prática, cerca de 41%,  dos diabéticos estão sendo prejudicados com a falta fitas de medir glicose. As fitas estão em falta  há pelo menos  três meses. Um dos exemplos preocupantes são os remédios para controle de hipertensão, que também estão em falta.

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Uma moradora que não quis ser identificada disse que dos seis medicamentos prescritos na receita, ela conseguiu apenas um na Farmácia.

Em poucos minutos na local, a reportagem ouviu o que centenas de pacientes escutam há meses quando vão buscar os remédios: “Está em falta, não tem, ainda não chegou”.

De acordo com o coordenador de Gestão de contratos da Secretaria Municipal de Saúde, Anderson Souza, a prefeitura soltou uma nota para informar que a Farmácia fechou nesta quarta-feira (7) para concluir o processo de lançamento do inventário e identificar os medicamentos que estão em falta na cidade.

Segundo ele, a secretaria encaminhou algumas ordens de fornecimento para empresas que já tem contrato vigente para que eles façam a entrega desses medicamentos, e que o setor só vai confirmar  que os remédios estão realmente em faltando no final do inventário.

Ainda conforme Souza, a previsão é que os medicamentos comecem a chegar ainda está semana.

“Até sexta-feira [9] a gente vai começar a normalizar esse processo de fornecimento […] porque já vai está concluído o processo de informatização da saúde, a partir daí,  a gente vai ter um controle mais rigoroso e mais efetivo da questão da distribuição dos medicamentos”, disse Souza.

Questionado pela reportagem, se antes não havia um ‘controle efetivo’. Ele pondera e diz que fez referência ao processo de informatização que deixará a ‘coleta mais precisa dos dados dos indicadores no fornecimento de medicamentos’.

“Então, esse processo de informatização da saúde, ele veio pra ajudar a gestão como uma ferramenta de eficacia, justamente nos dá esse suporte com relação ao um critério de quantidade de compras e dispensação de medicamentos”, completa Souza.

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