Durante uma entrevista em uma rádio comunitária o prefeito de Madre de Deus, Jeferson Andrade, disse que “precisa ser prudente e responsável” com aqueles que o colocaram no cargo. A declaração foi em resposta a um apresentador que questionou se o gestor teria reduzido as a festividades no município por conta da crise.
O mandatário usou a pergunta como escada para ressaltar que poderia fazer outros investimentos, mas não deixou claro onde a verba da cidade está sendo investida.
“Nós tivemos que fazer opção, mas não matamos o Madre Music que logicamente temos que adequar. Eu sou responsável com o dinheiro público e com a responsabilidade que a população depositou em mim. Então, entre prioridades eu vou manter o hospital, eu vou manter a escola de tempo integral, eu vou manter os programas para juventude”, disse.
O prefeito ao longo da entrevista não esclareceu porque faltam medicamentos na Farmácia Básica nem os motivos que o levaram a suspender o Curso Up este ano, mesmo após a inscrição dos alunos.
O chefe do poder Executivo falou sobre a construção de um estacionamento feito pela empresa Patrimonial Ilha dos Frades sob medida liminar na região do “Genvelho” ao ser interpelado pelo apresentador do programa. Segundo ele, a administração municipal está acompanhando de perto, mas a liberação foge da ousada da prefeitura.
“A licença ambiental para que aquela obra aconteça foge do nosso poder porque é uma licença de nível diferente da nossa é o estado que licencia”.
Ainda conforme Jeferson, a cidade terá contra partidas com o empreendimento.
“O município ganhará toda a infraestrutura daquela estrada até o início da BA […] o município receberá o asfaltamento, urbanização daquela rua, receberá posteação , receberá toda rede de drenagem, receberá toda rede de esgoto”. Além disso, o alcaide destacou que o local terá um porto de carga e descarga e um centro de abastecimento.
Questionado sobre os impactos ambientas, o gestor minimizou a polêmica em torno do empreendimento e direcionou a responsabilidade para o estado justificando que a competência não é do município.
O vereador Juscelino Silva foi o primeiro parlamentar a questionar os impactos ambientais que serão gerados com a obra. Em um vídeo, o edil criticou a falta de posicionamento do prefeito e classificou como “absurdo” o desmatamento do manguezal. (veja vídeo abaixo)
Conforme Juscelino, a obra no “Genvelho” tem a extensão dos dois maiores bairros de Madre de Deus (Suape e Cação) e está sendo tomada pela empresa Patrimonial Ilha dos Frades. Nas imagens, o parlamentar mostra parte do mar sendo invadido e aponta a falta de fiscalização do poder público em uma área que deveria ser de preservação permanente.
No vídeo, o vereador convocou a população para entrar com uma ação contra a obra que segundo ele, ocupa mais de 60 mil metros quadrados: “Pegando de Madre de Deus a próximo de Santo Estêvão, é essa área que esta sendo tomada. E o gestor diz que não tem espaço para trazer fabricas para empregar o nosso povo”.
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