Vereadores questionam parceria a “custo zero” entre empresa e prefeitura : “Golpe”

"Alguém doa R$ 3 milhões de uma hora pra outra em um terreno que a gente sabe que está contaminado?", questionou Jodiane na Câmara.

Centro Administrativo de Madre de Deus-Foto: reprodução.

A vereadora Jodiane Alves (PRB) afirmou durante a sessão de terça-feira (30) que falta informação na parceria público-privada (PPP)  a “custo zero” entre a Prefeitura de Madre de Deus e a Brasken que vai doar R$ 3 milhões ao município para construção de um galpão no antigo terreno que pertencia a Companhia de Carbono Coloidais, conhecida como  CCC.

Jodiane explica que o projeto que chegou na Câmara Municipal é de pedido de abertura crédito,  que ela definiu como  “uma falta de respeito com os vereadores “. Segundo ela, o projeto não mencionou a PPP nem os R$ 3 milhões. Ela ressalta que existem duvidas no projeto e aponta que depois que se tornou oposição é tratada como “doente” ou “cachorro”.

A parlamentar interpelou qual seria o “real motivo” da doação: “Alguém doa R$ 3 milhões de uma hora pra outra em um terreno que a gente se sabe que está contaminado? [sic]”.  Discorrendo em seguida sobre um série de questionamentos sobre o investimento.

“Trata de uma reparação social, por isso, vai colocar no Fundo de Assistência Social?[…] Ou uma reparação ambiental porque se tratou de contaminação?” Esse dinheiro pode ser gasto com indenização daquelas famílias?”, disse a vereadora, que completa apontando que são interrogações que ela tem e ninguém foi no Legislativo esclarecer. Logo depois, pondera dizendo que se “estiver errada não tem problema nenhum”.

O vereador Kikito Tourinho (PPS) reforçou às críticas de Jodiane ao descrever a parceira como um “golpe”. Ele justifica que não é contra os empregos, mas já caiu num golpe em outra época.

“O prefeito nos vendeu uma grande, fantasiosa, maravilhosa empresa que geraria meio mundo de empregos, que cada um vereador iria poder ajudar tantas famílias. Nós ficamos maravilhados, e não nos atentamos às pegadinhas. Votamos aqui [na Câmara] para doar o terreno, fazer tantas coisas para beneficiar a TEL, e depois meu irmão, a gente aqui… Nenhum vereador conseguiu botar um. Não conseguiu indicar uma pessoa nessa empresa”, reclama.

Ele acresenta que depois descobriram que a empresa usou as vagas de emprego junto com o prefeito para se beneficiar politicamente e ganhar a eleição de 2016, depois fechou as portas e deixou várias pessoas desempregadas.

O parlamentar Marden Lessa (PCdoB) disse que acha justo procurar uma resposta se o valor é para uma contrapartida social ou ambiental,  para informar  a Jodiane, mas afirma que os laudos sobre o terreno foram apresentados aos vereadores quando a prefeitura doou parte do terreno a Tel que “tinha até 5 anos, para que ela pudesse construir algo ali”.

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