A gestão do prefeito Jeferson Andrade (DEM) decidiu adotar uma postura ainda mais dura na relação com a Câmara de Vereadores de Madre de Deus. Dez, dos onze parlamentares assinaram um requerimento solicitando a permanência no cargo do então Diretor Médico do Hospital Municipal, Daniel Diniz, mas no dia 30 de abril, ele foi demitido, causando um desgaste com a Casa.
A dificuldade do governo de alinhar o discurso ocorre no momento de turbulência na base aliada, e às vésperas de aumentar a intensidade da campanha de Nilton Bastos no município.
O enfrentamento coincide com a estrategia de que as inaugurações podem amenizar as críticas do eleitorado, aliadas a novas oportunidades de empregos na Creche.
O Presidente da Casa, o vereador Marden Lessa (PC do B), disse ao Bahia Manchetes que ficou surpreso com a demissão do médico, ele ressalta que essa era uma prerrogativa do poder Executivo como detentor do contrato com a empresa que administra o Hospital Municipal. Ele afirma ainda que não foi um pedido dele como aliado da base governista, mas de dez parlamentares.
O edil ressalta que tentou o contato com o prefeito, segundo ele, o gestor retornou através de mensagem, e teria chamado o parlamentar para conversar sobre o caso. O presidente declinou ao convite, e afirmou que não viu mais necessidade de conversar sobre o assunto, já que a decisão havia sido tomada pelo prefeito, em seguida dispara: “Eu entendo que é um requerimento assinado por um poder, e aqui não estou dizendo pelo vereador Marden, que compõe a base do governo, estou falado pelo poder legislativo, de um requerimento assinado por dez vereadores. O mínimo, que nós poderíamos ter é respeito do poder Executivo para com esse poder, e não houve isso, não houve esse respeito”.
Marden afirma que está “indignado” com a situação, ressalta ainda, que vai se reunir com os vereadores até a próxima sessão para que eles possam “ajustar e ver, qual relação de tratativa (devem ter) com Executivo”.
“Porque eu não estou entendendo, médicos vão embora… Agora, tomei como uma grata surpresa, de que o doutor Adaltro foi readmitido em um contrato fora da cooperativa… E doutor Adaltro ligou, agradecendo ao vereador Val Peças. Porque isso, que a gente precisa deixar claro, que independente do vereador Val Peças fazer parte de oposição. Aí, a gente tem que dá os méritos ao vereador que na oposição está conseguindo muito mais do que os (vereadores) que compõem a base. Porque dos dez vereadores que assinaram o requerimento, sete compõem a base”, diz. E completa: “Aí, a gente tem que parabenizar o poder Executivo nessa hora, que reconheceu o vereador Val como poder Legislativo, mas não reconhece um requerimento feito por dez vereadores”, disse.
O parlamentar questiona por qual motivo a empresa está demitindo funcionários, já que continua com o contrato, em seguida, cobra explicações.
“Aqui vai a nossa fala, no sentido realmente de indignação, falta de respeito, falta de companheirismo, falta de uma tratativa leal e acima de tudo uma sensibilidade com o nosso povo”, disse Mardem, acrescentando que independente de quem errou, que a situação seja corrigida.
O vereador Kikito Tourinho (PPS) classificou o prefeito Jeferson como “ditador” que não se importa com os vereadores nem com “o povo, que é quem mais sofre”.
Ele pontua que o Dr. Daniel vestiu a camisa da população, e ressalta que “todos que vestem a camisa do povo, esse ditador Jeferson Andrade,vai e retira”.
Segundo ele, o prefeito demitiu Dr. Murilo e Dr. Flavio sem nenhuma explicação, e outros profissionais que faziam um bom trabalho. Para Kikito Dr. Daniel fazia um excelente trabalho, independente do lado político, sempre tratava a todos muito bem.
“Aí vem o prefeito e manda tirar, com uma desculpa que tem que trocar as peças. Eu acho, que tem que trocar as peças que estão dando errado, vai trocar o que está dando certo. O que está dando errado, como muitos secretários aí , ele não troca. A meu ver foi uma grande afronta, um falta de respeito com essa Casa, porque os 11 vereadores foram a favor da permanência de Dr. Daniel, aí vem o prefeito e joga um balde de água fria em todo mundo, como se dissesse assim: ‘ não estou nem aí pra vocês'”, declara o socialista.
Para Kikito a única peça que deveria ser trocada é o prefeito, afirma ainda, que “o povo não está aguentando mais”, e que o poder Legislativo deveria “tomar coragem” diante da gravidade das denúncias que o prefeito Jeferson responde na justiça, e cita como exemplo o acordo assinado pelo gestor na Câmara municipal.
“Temos que se atentar pra isso, temos que acordar e retirar esse homem da política, porque foi um homem que fez um acordo lá atrás, vendeu a prefeitura, e até hoje está aí nesta situação. Então a peça que tem que ser trocada é ele mesmo”, disse o edil.
Ainda conforme o vereador, a Câmara deve tomar uma posição, e retirar o prefeito do cargo.
” Ele vem perseguido o povo de Madre de Deus, e tá na hora da Casa dizer assim: ‘já chega prefeito, o seu tempo já passou, você tem quase 6 anos administrando a cidade e seu momento já era, dê espaço para outro”, afirma Kikito.
Com a palavra, o prefeito
A reportagem tentou contato por telefone com o prefeito Jeferson Andrade, mas as ligações não foram atendidas. O espaço está aberto para manifestação.
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