As obras, que foram motivo de críticas nas redes sociais, já foram exibidas na Câmara dos Deputados em Brasília, durante o XIII Seminário LGBT do Congresso Nacional, que ocorreu em agosto de 2016.
No Congresso, o evento foi coordenado pelo deputado federal Jean Wyllys (PSOL-RJ), tinha o objetivo de discutir questões relacionadas ao preconceito e à intolerância com a população LGBT, que inclui lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais e transgêneros. Além da série ‘Criança Viada’, ainda contou com debates e apresentações entre os dias 16 e 17 de agosto do ano passado.
As mesmas obras de Bia Leite integraram a mostra Queermuseu – Cartografias da Diferença na Arte da Brasileira do Santander Cultural, que foi cancelada no último domingo, um mês antes do previsto, depois das críticas que defendiam que as obras faziam apologia à pedofilia e à zoofilia.
Uma das telas de 2013 da autora, Travesti da Lambada e Deusa das Águas, faz referência a um meme das redes socais e foi considerada “prostituição infantil” por um simpatizante dos movimentos contra a exposição nas redes sociais.
Para coordenador de ONG, a decisão de cancelar a exposição, em Porto Alegre, é “uma vergonha”.
“Quando sofreram na pele o que a população LGBT sofre todo dia, fizeram a opção de não bancar e cancelar a exposição”. Esta é a opinião de Gabriel Galli, jornalista e coordenador da ONG Somos, que defende os direitos igualitários para a população LGBT. “O Somos fica com vergonha dessa situação.
E as críticas levantadas sobre as obras da Queermuseu são infundadas, na visão de Gabriel. “Com todo o respeito, [as críticas] vêm de pessoas que não fizeram um esforço mínimo pra compreender o que a obra queria dizer”. Sobre uma suposta ofensa ao cristianismo, Gabriel fala que as obras da exposição questionam o papel da religião na sociedade, o que não deve ser considerado como um ataque.
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