
Mais de 1 milhão e 900 mil casas na Bahia não têm rede de esgoto. O dado alarmante representa 40,5% das residências baianas que possuem algum tipo de banheiro, e evidenciam que a coleta por rede geral ou fossa séptica é o serviço de saneamento básico com menor cobertura no estado.
Os dados foram coletados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), por meio da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNADC), em 2022.
A deficiência no saneamento reflete no abastecimento com água potável: 771 mil imóveis baianos não têm acesso.
Esse problema não atinge apenas as cidades interioranas.
Em Salvador, por exemplo, diversas comunidades não têm recolhimento de lixo, esgoto e água encanada.
Uma delas é a Vila Atalaia, que fica no bairro de Cassange.
Na casa do pedreiro Antônio de Jesus, não há coleta de esgoto e de lixo – que costuma ser armazenado em buracos e depois queimado.
“A sociedade, às vezes, parece que não liga para as pessoas carentes, aí a gente fica nessa situação.
A gente precisa de saneamento básico, água encanada, energia. É uma situação precária que a gente vive na Vila Atalaia”, pontuou ele.
Para o engenheiro sanitarista Jonatas Sodré, a falta de coleta e tratamento do esgoto gera uma reação em cadeia, afetando outros serviços.
“A falta de esgoto leva também a um problema de drenagem urbana, que leva a um problema de saúde pública, que faz com que as crianças deixem de ir para a escola, que faz com que as mães deixem de trabalhar, e isso acomete principalmente as populações mais vulneráveis”, avaliou Jonatas.
O serviço de abastecimento de água na Bahia chega a 84% das casas, um percentual abaixo da média nacional, que é de 85,5%.
Essa cobertura mostra uma tendência de queda, já que em 2016, a rede de abastecimento chegava a 85,3% dos domicílios. Com informações do G1.
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