
O vice-líder do PL na Câmara, Bibo Nunes (RS), foi destituído do cargo na noite desta quarta-feira (10) após anunciar em plenário que mudaria sua orientação e votaria pela suspensão, e não pela cassação, do mandato de Glauber Braga (PSOL-RJ). A decisão foi anunciada instantes depois pelo líder da bancada, deputado Sóstenes Cavalcante (RJ), que afirmou que um vice-líder “deve lealdade ao seu líder”.
Ao comunicar a mudança de posição, Bibo afirmou que defendia a cassação, mas que “o jogo mudou”. A declaração contrastou com a orientação do PL, que reiterava voto pela perda definitiva do mandato de Braga.
A Câmara acabou aprovando a suspensão de seis meses por 318 votos a 141, com três abstenções, após aceitar emenda apresentada pelo PT que substituía a cassação. O Conselho de Ética havia defendido a punição máxima, com base em denúncia do partido Novo, que acusou o deputado de agredir e expulsar, com empurrões e chutes, o então militante do MBL Gabriel Costenaro, em episódio ocorrido em 2023 e registrado em vídeo.
Durante a sessão, Sóstenes afirmou que Glauber deveria ser cassado pelo “conjunto da obra”, citando ataques a outros parlamentares. Já Kim Kataguiri (União-SP), ligado ao MBL, declarou que agressões físicas não podem ser normalizadas, mas apoiou a suspensão.
Em defesa, Glauber alegou ter reagido após sofrer perseguição e ouvir ofensas direcionadas à sua mãe, que enfrentava Alzheimer avançado. Ele afirmou não se arrepender da atitude e classificou o processo como politicamente motivado.
A suspensão foi formalizada com a aprovação do Projeto de Resolução 86/25. No mesmo dia, o plenário rejeitou por 227 votos a 170 o pedido de cassação da deputada Carla Zambelli (PL-SP), número insuficiente para atingir o mínimo exigido de 257 votos.

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