O inverno ainda não chegou em Madre de Deus, mas a batalha pelo trono segue costurando votos em meio a tempestades e terremotos enfrentadas no governo e oposição. O cenário de incertezas antecipou, em 16 meses, a disputa pelo comando da prefeitura.
Por ora, seis nomes são ventilados, mas alguns que foram colocados a disposição, no decorrer da batalha seram vistos apenas como “balões de ensaio”. Um dos nomes aparece nos bastidores, apesar de a candidatura não ser oficializada, ele não descarta a possibilidade de concorrer.
Quem quiser sobreviver na disputa precisa empunhar armas, antecipar as investidas, proteger as cabeças e lutar por votos. Por ora, estão no páreo Luís Montal (DEM); Dailton Filho (Avante); Nilton Bastos (PP); Nita de Brito (PTC); Jailton Polícia (PRB) e Marden Lessa (PCdoB).
Nos bastidores do reino, os lordes se digladiam para chegar ao trono, enquanto isso, o rei investe numa campanha publicitaria para afastar o desgaste e ofuscar a rejeição. A estratégia é reduzir as criticas antes do próximo pleito. Caso contrário, poderá atrapalhar a campanha de 2020 ao marchar ao lado de seu sucessor. Na guerra, assim como na política, às vezes os mais fracos são deixados para morrer sozinhos.
Um pequeno número de vassalos surgiu para impulsionar o nome de Luís Montal, na tentativa de dominar territórios e ampliar negociações, com a expectativa de uma colheita melhor. Ele comanda a Secretaria Municipal de Meio Ambiente, que conta com uma pequena quantidade de funcionários e quase nenhuma provisão para guerra.
Do outro lado do campo de batalha, Dailton Filho (Avante), conquistou um número significativo de votos no último pleito, e perdeu a coroa por pouco. Como candidato a deputado estadual, obteve 3.214 votos, e saiu fortalecido da disputa, mesmo sem o apoio de vereadores de oposição, ele conseguiu aglutinar uma parcela significativa de eleitores insatisfeitos ao lado de seu grupo político. E vai tentar mais uma vez conquistar o trono, porém, ainda não alinhou o discurso com antigos apoiadores, nem discutiu às estratégias de batalha.
O deputado estadual Nilton Bastos (PP) , não obteve um resultado expressivo em seu domicilio eleitoral e acabou conquistando 2.524 votos, apesar do apoio do prefeito, do vice-prefeito e de 7 vereadores. No entanto, tem conquistado antigos adversários. O deputado não oficializou a pré-candidatura, mas seu nome sempre aparece no cenário de forma despretensiosa e sincronizada. A manobra evita ataques da oposição, enquanto ele corre por fora, para fortalecer o seu futuro projeto político.
No centro do campo de batalha governista, pré-candidatos se apresentam, testam a receptividade do nome nas ruas e nas redes sociais. A disputa entre aliados segue num clima de tranquilidade. A ex-prefeita Nita de Brito (PTC), que também aparece no cenário, venceu uma eleição contra uma antiga aliada oferecendo flores, mas nesta empreitada, ela vai precisar usar armas, e quem sabe, matar algumas ervas daninhas para tentar sobreviver no campo de batalha. Nita nunca perdeu uma eleição, e foi prefeita por duas vezes, perdeu a coroa após uma longa batalha judicial. Depois disso, ela se uniu ao lorde adversário e assumiu a Secretária Municipal de Educação.
De aliado a adversário, o vice-prefeito Jailton Polícia (PRB) tem travado a sua própria guerra contra o prefeito Jeferson Andrade (DEM) após afirmar que foi “expulso do grupo político”. Jailton tem um boa relação com o baixo clero, mas perdeu o apoio de lordes depois do arsenal de flechas que lançou contra alguns deles. Ele ainda se recupera da queda no último pleito, antes disso, era considerado um dos maiores guerreiros do governo, mas saiu da campanha com resultado abaixo do esperado. Ao lado de aliados do PRB, conquistou apenas 560 votos para Tia Eron que perdeu a eleição.
Do lado situacionista, Marden Lessa (PCdoB), apesar de conseguir arregimentar o apoio de aliados para fortalecer sua pré-candidatura, não é unanimidade. Com o fortalecimento do partido, Marden segue uma estratégia de se cacifar na base como opção do governo na disputa. O comunista vai assumir a Secretaria Municipal de Cultura, a manobra significa fortalecimento da Legenda que passará a contar com três secretários e um vereador. Com um bom trânsito em diferentes correntes políticas, ele tenta emplacar sua pré-candidatura entre aliados.
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