O empresário Joesley Batista afirmou na quinta-feira (19), em novo depoimento à Polícia Federal, que repassou R$ 110 milhões ao então candidato do PSDB à Presidência Aécio Neves (Atualmente senador -MG) durante a campanha eleitoral de 2014.
A informação desse pagamento foi publicada inicialmente nesta sexta-feira (20) pelo site do jornal O Globo. Esse repasse milionário tinha por objetivo garantir a atuação de Aécio, na época candidato ao Palácio do Planalto e presidente do PSDB, em favor do grupo J&F.
Os valores repassados teriam sido divididos pelos tucanos a outros partidos que apoiaram Aécio à época. Joesley apresentou à PF informações sobre os repasses, como extratos de notas fiscais e planilhas de doações, tanto oficialmente como via caixa 2.
Derrotado nas eleições gerais passadas para a petista Dilma Rousseff no segundo turno, Aécio Neves tornou-se réu no Supremo Tribunal Federal (STF) na terça-feira por corrupção passiva e obstrução de Justiça com base na delação de executivos da J&F.
No caso do STF, o tucano foi acusado de ter recebido propina de 2 milhões de reais do grupo e ainda de atuar para garantir a nomeação de delegados que impedissem o avanço da operação Lava Jato. O tucano, que se desgastou politicamente com o episódio, ainda é alvo de outros 8 inquéritos no Supremo – o novo depoimento da quinta faz parte de uma dessas apurações.
A defesa de Aécio e o próprio senador tem negado que ele tenha cometido qualquer irregularidade em sua relação com o grupo e acusa os delatores, em especial Joesley, de mentir em seus depoimentos a fim de conquistar benefícios da colaboração premiada.
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