São Paulo – O ex-deputado federal Eduardo Cunha (PMDB), preso há quase um ano na Operação Lava Jato, disse que seu acordo de delação premiada não deu certo porque o então procurador-geral da República Rodrigo Janot queria “usá-lo”.
“O Janot não queria a verdade; só queria me usar para derrubar o Michel Temer”, afirmou em entrevista publicada pela revista Época desta semana.
O ex-deputado disse que está pronto para tentar um acordo com a nova procuradora-geral Raquel Dodge. Na entrevista, Cunha não economizou críticas ao ex-procurador.
Segundo ele, Janot tem “ódio” do presidente Michel Temer e “operou politicamente”o processo de delações, com o intuito de derrubar Temer e conseguir um terceiro mandato como procurador-geral.
Cunha também falou sobre a controversa delação de Joesley Batista, dono da JBS. Segundo o ex-deputado, o empresário “poupou muito o PT”. “Escondeu que nos reunimos, eu e Joesley, quatro horas com o Lula, na véspera do impeachment. O Lula estava tentando me convencer a parar o impeachment. Isso é só um pequeno exemplo. Eu traria muitos fatos que tornariam inviável a delação da JBS. Tenho conhecimento de omissões graves”, afirmou.
Outro que recebeu farpas do político foi o juiz Sérgio Moro, que, na sua opinião, “se acha um salvador da pátria”. “Queria destruir o establishment, a elite política. E conseguiu.”
O ex-deputado também se mostrou confiante na possibilidade de conseguir um habeas corpus no STF (Supremo Tribunal Federal) e classificou sua prisão como “absurda”.
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