O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSD), foi vaiado durante a abertura da Expointer, realizada na última sexta-feira (5), em Esteio, Região Metropolitana de Porto Alegre. Também receberam manifestações contrárias os ministros Carlos Fávaro (Agricultura) e Paulo Teixeira (Desenvolvimento Agrário).
As vaias foram puxadas por produtores endividados que pedem a aprovação do Projeto de Lei 5.122/2023, que trata da securitização de dívidas rurais. O protesto incluiu faixas, apitos e balões pretos, usados como símbolo de luto diante do número de suicídios entre agricultores.
Em seu discurso, Leite minimizou os protestos e relacionou a manifestação à sua trajetória política:
“Não tem problema em me vaiar. Eu fui vereador em Pelotas e, sob vaias, virei prefeito. Como prefeito, tomei vaia e virei governador. Fui o primeiro governador reeleito da história deste estado. Com a vaia de vocês, segui em frente para decidir o que é certo e justo.”
O governador também acusou setores de tentar se apropriar da pauta ruralista com objetivos políticos. Segundo ele, isso enfraquece a discussão das demandas legítimas dos produtores.
No mesmo dia, o governo federal anunciou uma Medida Provisória que libera R$ 12 bilhões para renegociação de dívidas do setor, com juros entre 6% e 10%. Representantes do agro, no entanto, afirmam que o valor não atende a todas as necessidades e seguem pressionando o Congresso pela aprovação do projeto de lei.
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