O doutor Roberto Santos deixou a presidência municipal do PT em Madre de Deus às vésperas do fim da janela partidária.
Ele afirma que não abandonou o partido, disse ainda, que retorna para o PT depois das eleições.
Segundo ele, a desfiliação foi combinada com a direção da legenda ao que chamou de “saída momentânea”.
“Eu estou saindo do PT por uma orientação política de pessoas mais experientes. Porque eu tenho capital político dentro do município e eu não poderia ficar esperando mais 4 anos pra me candidatar”, diz.
Ele completa apontando que recebeu orientação de embarcar em um partido de esquerda para concorrer às eleições.
Em seguida, disse que se conseguir sair vitorioso as portas do Partido dos Trabalhadores estariam abertas para ele.
Ele reconheceu o desgaste político causado com o esvaziamento do partido e argumentou que a ideia da federação foi do PT.
Na opinião dele, o partido foi o mais prejudicado em todo país em razão da redução de vagas para disputa proporcional.
Para participar das eleições, Roberto se filiou ao PSB.
O médico conta que a direção foi repassada para o primeiro vice-presidente que vai coordenar a legenda junto com o diretório municipal.
Roberto afirmou ainda que as decisões precisavam de consenso entre o PCdoB, PT e PV, caso contrário, era encaminhada para federação estadual.
O ex-presidente do PT disse que havia muitas divergências com PCdoB em razão disso o objetivo não foi alcançado em tempo hábil.
“Gerando a insegurança aos pré-candidatos a vereador, vereadora que demonstraram interesse em filiar para ser futuros candidatos nos partidos vinculados a federação. No dia 5, na sexta-feira ainda não tínhamos ninguém inscrito porque as vezes os candidatos ficavam esperando uma decisão da federação”, disse.
Para ele, o clima de instabilidade provocou o esvaziamento da federação.
O médico disse que os interessados em se filiar ao PV e PT desistiram e o PCdoB teria levado os pré-candidatos para outro partido.
“Perdemos a oportunidade de estar com a federação montada e organizada”, diz.
Após a informação ser compartilhada, o agora psbista recebeu diversas críticas numa rede social.
Alguns agentes políticos atribuíram a responsabilidade de esvaziamento do PT ao médico.
Um dos pré-candidatos disse em reserva que a composição estava quase formada com filiados históricos da legenda.
O político que preferiu não ter o nome citado, afirmou que o médico inviabilizou as pré-candidaturas na federação enfraquecendo as três siglas no processo.
Um ex-militante do partido que se desfiliou para disputar a eleição em outra legenda, reclamou que teria sido novamente filiado sem a autorização dele.
Ele declarou na web que relutou muito em acreditar que houve má-fé, mas ao examinar os documentos e ver as datas chegou a essa conclusão.
“É triste reconhecer que eu militei, eu pedir voto, eu bati em porta, eu convoquei companheiros, eu passei um dia inteiro na porta ali militando, chamando gente, indo buscar, trazendo, pedindo voto. Quase me indispus com a outra chapa do partido pra gente conseguir renovar a presidência do PT pra depois ter uma decepção como essa”, diz num áudio que circula numa rede social.
Roberto conquistou 237 votos na eleição interna da legenda que o definiu como presidente do Diretório Municipal.
Na ocasião, adotou um discurso de mudança e inclusão dos filiados nas decisões importantes para o fortalecimento do partido no município.
Com cinco meses presidindo o partido, ele não conseguiu cumprir as promessas feitas aos membros da legenda.
Essa não é a primeira vez que o médico disputa uma vaga na Câmara.
No pleito de 2020, ele concorreu pelo PCdoB e obteve 262 votos, a vaga do partido ficou com outro candidato que conquistou 455 votos.
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