A guerra pela televisão on-line dá um novo passo. A Disney acaba de romper o contrato que mantinha com a Netflix, serviço líder e pioneiro de streaming. Em 2019, seu conteúdo deixará de fazer parte do catálogo do aplicativo, pois os executivos da Disney revelaram seu plano para lançar a sua própria versão com os conteúdos da empresa, bem como das três grandes marcas de sua propriedade: Marvel, Lucasfilm e Pixar.
Houve nos últimos meses rumores de que a Disney estudava a compra da Netflix. Ao final, a empresa decidiu abrir o seu próprio caminho para conquistar o público on-line. Segundo Bob Iger, seu CEO, o objetivo e quebrar barreiras: “Queremos estabelecer um relacionamento direto entre consumidor e produtor”. Ou seja, a Netflix, como produtora e não apenas como distribuidora, que foi como ela começou, será seu concorrente direto.
A Disney anunciou a decisão durante a apresentação de seus resultados trimestrais. Segundo os dados divulgados, seu lucro líquido por ação, em 1º de julho, foi de 4,55 dólares, ante os 4,63 dólares do ano passado, quando teve uma receita de 7,6 bilhões de dólares. Nos últimos nove meses, o faturamento foi de 42,4 bilhões de dólares. Esse número reflete um pequeno recuo (-0,3%) em relação ao resultado obtido no mesmo período de 2016 (42,5 bilhões de dólares).
Quanto aos resultados trimestrais, a Disney teve lucro de 2,4 bilhões (1,51 dólar por ação), 9% a menos do que os 2,6 bilhões de dólares do trimestre anterior.
A Disney espera lançar no começo de 2018 uma plataforma de transmissão ao vivo da ESPN, o canal de esportes líder nos Estados Unidos e na América Latina. Estarão incluídos os campeonatos de futebol, hóquei e beisebol (MLB NHL e MLS), bem como esporte universitário e os principais torneios de internacionais tênis. O canal esportivo é a fonte de receitas mais sólida da Disney. Em 2019, ela irá transferir o conteúdo que hoje está na Netflix para um novo serviço, que estreará inicialmente nos EUA, dando acesso ao Disney Channel, Disney Junior e Disney XD, três de seus canais atuais.
Nesta segunda-feira, a Netflix anunciou a compra da Millarworld, a editora de quadrinhos de Mark Millar, uma alegria que durou pouco depois que se tornou pública o fim da validade, em sua plataforma, de alguns dos personagens mais populares da cultura ocidental.
A Netflix não quis fazer comentários sobre o assunto, mas suas ações caíram 3% no fechamento do mercado. As da Disney, por sua vez, subiram 4%. Via El País.
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