Ex-ministro dos governos Lula e Dilma Rousseff, o ex-deputado Aldo Rebelo, 62, se lançou candidato à Presidência da República na segunda-feira (16) com críticas à prisão dele e ao impeachment dela.
Seu novo partido, o Solidariedade, o terceiro no intervalo de cerca de seis meses, apoiou a queda de Dilma Rousseff e se aliou a legendas críticas ao PT. Ele relativizou a mudança.
“Se eu for fazer política olhando para o passado, eu vou, como a mulher de Ló, virar estátua de sal”, justificou.
“Vivemos hoje um processo de olhar para a frente. Muitos dos que foram a favor do impeachment hoje apoiam a luta pela libertação do ex-presidente Lula”, disse o ex-ministro, que disse considerar a prisão injusta.
“O Lula é preso porque a Justiça, infelizmente, e é isso desde a fundação da República, é protagonista importante nos momentos de luta política”, afirmou. Questionado se o petista era um preso político, titubeou. “Vou pensar.”
Rebelo deixou o PSB depois da filiação do ex-ministro do Supremo, Joaquim Barbosa, cotado para também disputar a Presidência. Sorriu com ironia ao se referir à “ilustre figura”.
“A ironia que eu faço é porque não qual programa ele vai defender”, afirmou. Disse que sua filiação e as conversas sobre eventual candidatura foram “meio nebulosas”.
Em evento na sede do Solidariedade, em São Paulo, Rebelo fez um discurso pregando consensos. Foi chamado pelo deputado Paulo Pereira da Silva, o Paulinho da Força, presidente da legenda, de “um comunista quase capitalista”.
Rebelo, próximo do também presidenciável Rodrigo Maia (DEM), não descartou compor chapa como vice. Negou-se a dizer que ofertas recebeu, tanto para ser vice quanto de potenciais vices. Mas sinalizou que sustentará a campanha até pelo menos junho.
“A pesquisa do Datafolha confirma a fragmentação. Terá mais força o candidato que tiver capacidade de unir forças heterogêneas.”
Filiado por 40 anos ao PCdoB, Rebelo tem longa trajetória na esquerda. Foi presidente da UNE (União Nacional dos Estudantes), em 1980, e da Câmara dos Deputados, de 2005 a 2007, além de ministro da Defesa, Ciência e Tecnologia, Esporte e Relações Institucionais (hoje Secretaria de Governo).
Situando sua candidatura à esquerda, apesar da guinada partidária, disse que não mudou as convicções. “Sou como as montanhas de Minas. Estou onde sempre estive”. Com informações da Folhapress.
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