Um grupo de assaltantes explodiu uma agência do Santander na Praça do Carmo, na Penha Circular, zona norte do Rio, na madrugada deste sábado, 28, e feriu um sargento da Polícia Militar com um tiro de fuzil na perna no momento da fuga. Eles detonaram explosivos na agência por volta das 3h30 e foram surpreendidos pela chegada de um carro da polícia. Houve tiroteio. Ninguém foi preso.
O crime foi na Avenida Vicente de Carvalho, uma das mais principais da região. Testemunhas contaram que foi uma ação bem estruturada: era um grupo grande, de mais de dez pessoas, que chegou em vários carros e se espalhou por todo o quarteirão onde fica a agência. Eles usaram, segundo esses relatos, máscaras de palhaço para não terem os rostos identificados pelas câmeras de segurança do Santander. A PM não confirmou a informação.
A agência ficou destruída por dentro e por fora. O revestimento do teto cedeu, as paredes foram bastante danificadas, vidros e partes de equipamentos ficaram espalhados pela calçada e o letreiro tombou.
Moradores das redondezas acordaram assustados com os ruídos da explosão e de tiros disparados pelos bandidos e os policiais, que eram do 16º batalhão (Olaria). O sargento está internado no Hospital Getúlio Vargas, na Penha, e foi submetido a uma cirurgia. Seu estado de saúde inspira cuidados. Até o momento não há informações sobre criminosos feridos, segundo a PM. A área está sendo periciada nesta manhã de sábado.
As explosões de caixas eletrônicos se tornaram rotineiras no Rio. Este ano, foram atacadas agências na capital e em municípios da Região Metropolitana. Os assaltantes em geral usam C-4, explosivo que serve a grandes demolições, entre outras substâncias de alto poder destrutivo, adquiridas em pedreiras. O modo como agem tem se repetido. Eles chegam em três carros ou mais, por volta das 3 ou 4 horas, em grupos de 10 a 15 homens, armados de fuzis e com os explosivos.
Dividem-se em grupos e permanecem cerca de dez minutos no local. Explodem os caixas e fogem deixando na rua artefatos de arame pontiagudos, para rasgar os pneus de carros da polícia que tentem persegui-los. A ação é planejada com base em informações passadas por cúmplices no banco: eles só investem contra caixas que estão com bastante dinheiro.
O uso de explosivos está se alastrando por causa da alta rentabilidade dessas ações, segundo o Ministério Público do Estado, que investiga essa modalidade criminosa por meio de seu Grupo de Atuação Especial em Combate ao Crime Organizado (Gaeco) desde o ano passado. As ações são menos arriscadas para os bandidos do que o tráfico de drogas, porque há menor probabilidade de um confronto com a polícia.
Segundo o Instituto de Segurança Pública, que reúne os índices oficiais de criminalidade do Estado, neste ano houve 42 registros de roubos a caixa eletrônico de janeiro a agosto deste ano, mais de cinco casos por mês. O ISP não divulgou os números de setembro ainda. Não há dados específicos sobre as explosões de caixas.
/Via Estadão Conteúdo
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