Advogado de adolescente que agrediu professora diz que ‘Depois de ser xingado, ele perdeu a cabeça’

Adolescente deu soco em professora na segunda em Indaial.

A professora Márcia de Lourdes Friggi, na sala da diretoria da escola, após ter sido agredida (Facebook/Reprodução)

O advogado Diego Valgas, da defesa do adolescente de 15 anos que agrediu a professora Márcia de Lourdes Friggi, de 51 anos, com socos e tapas numa escola em Indaial, no Vale do Itajaí, na segunda-feira (21), afirmou que o cliente lhe contou que ela o xingou várias vezes nos momentos anteriores à agressão. “Ele tem demonstrado bastante arrependimento. Perdeu a cabeça, nada justifica a atitude que ele tomou”, afirmou o advogado.

Nesta quinta-feira (24), a Polícia Civil concluiu o inquérito do caso e o adolescente deve responder por ato infracional por lesão corporal. Na segunda, a professora registrou boletim de ocorrência (B.O.), afirmando que foi agredida pelo aluno pela manhã. Segundo ela, o caso ocorreu na sala da direção de uma escola de Indaial depois que ela chamou a atenção do estudante.

“O procedimento foi por ato infracional, não houve por parte do delegado pedido de internação provisória. Cogita-se apenas pela Promotoria de Justiça, que pode pedir ao judiciário. Mas não se tem certeza ainda”, afirmou o advogado sobre a conclusão do inquérito.

Sobre o que ocorreu na manhã de segunda, o advogado afirmou que “nós entendemos que houve uma sucessão de falhas no procedimento de abordagem”. “Meu cliente foi o terceiro aluno que ela expulsou da sala de aula. No caso do meu cliente, tudo começou quando ela pediu que ele botasse o livro em cima da mesa. O livro estava em cima da coxa. A mesa já estava ocupada com outros materiais, não tinha espaço, mas ela não aceitou aquilo”, relatou Diego Valgas.

Em seguida, conforme o advogado, a professora levou o aluno para uma sala reservada, onde havia outra professora que trabalha na direção. “Naquele momento, a professora estava com dedo em riste, falou no pé do ouvido dele ‘seu filho da p…’. Ele levantou e empurrou com uma mão no peito e outra no olho”, disse. “Depois de muito xingá-lo, ele perdeu a cabeça”, afirmou.

A polícia não comprou a versão. Primeiro, porque o olho direito de Márcia ficou inchado depois da agressão. Segundo, por não acreditar que uma professora experiente como ela, com 12 anos de magistério, diria palavrões a seus alunos. Os delegados, no entanto, alertaram o depoente de que não era aconselhável mentir no depoimento – ele estava acompanhado da mãe e do advogado e a sua identidade não será revelada por se tratar de um menor de idade.

Caso

A agressão ocorreu na manhã da última segunda-feira (21) no Centro de Educação de Jovens e Adultos (CEJA), um supletivo local que fica num galpão junto com outras três unidades de ensino. O adolescente havia faltado nas duas semanas anteriores. E a professora iniciaria o curso de português naquele dia. Era, portanto, o primeiro dia dos dois.

O estranhamento entre eles se deu logo no início da aula, quando Márcia avisou que estava proibido o uso de celulares na sala. Ela olhou, então, para o menino e o viu com um livro no colo. Pensou que ele poderia estar mexendo no aparelho telefônico debaixo da carteira e pediu para que ele colocasse o livro em cima da mesa. O garoto foi ríspido: “Eu boto onde eu quiser. Vá se f.”. A professora, então, mandou-o para a sala da diretoria, ao lado. A partir dali, segundo a professora, ele se levantou e jogou o livro em direção à sua cabeça, ela desviou. Já o garoto contou que atirou o livro no chão e disse que não tem um celular.

Diante da diretora e da secretaria, o adolescente negou tudo. A professora se irritou e começou a dizer que ele estava mentindo, que a sala inteira era testemunha, até que o garoto se lançou sobre ela. Márcia caiu no chão, enquanto o menino foi contido pela diretora e pelos alunos, que a essa altura já estavam fora da sala. Por fim, ele ficou trancado numa sala até que a sua mãe chegasse para buscá-lo. Uma funcionária chegou a lhe questionar por que havia feito isso, mas ele se manteve calado, com a cabeça baixa.  A diretora e a secretária presenciaram o ocorrido  prestaram  depoimento à polícia na quinta-feira (24) , o que deve ser imprescindível para fechar o caso.

 Sobre o que ocorreu na manhã de segunda, o advogado afirmou que “nós entendemos que houve uma sucessão de falhas no procedimento de abordagem”. “Meu cliente foi o terceiro aluno que ela expulsou da sala de aula. No caso do meu cliente, tudo começou quando ela pediu que ele botasse o livro em cima da mesa. O livro estava em cima da coxa. A mesa já estava ocupada com outros materiais, não tinha espaço, mas ela não aceitou aquilo”, relatou Diego Valgas.

Em seguida, conforme o advogado, a professora levou o aluno para uma sala reservada, onde havia outra professora que trabalha na direção. “Naquele momento, a professora estava com dedo em riste, falou no pé do ouvido dele ‘seu filho da p…’. Ele levantou e empurrou com uma mão no peito e outra no olho”, disse. “Depois de muito xingá-lo, ele perdeu a cabeça”, afirmou.

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