O caminhoneiro de 38 anos que foi baleado no protesto da categoria na BR-101 em Cariacica, no Espírito Santo, voltou para a concentração do movimento, desta vez em Viana, mesmo com a bala alojada na cabeça, nesta segunda-feira (28).
O homem, que atua na profissão há 13 anos, contou que recebeu muito apoio e até aplausos dos colegas.
“Eu estou lutando por todo mundo, pelo Brasil. É muita corrupção, é muita coisa escandalosa que não dá mais para aguentar”, afirmou.
O crime aconteceu no domingo à noite, quando a vítima estava estava no ponto de protesto que fica em Cariacica, pedindo para agricultores não passarem por uma estrada alternativa com o objetivo de furar o bloqueio dos manifestantes.
Em um caminhão, pai e filho tentavam pegar o desvio quando foram abordados. Segundo a polícia, o filho do produtor rural, de 19 anos, ficou nervoso com a abordagem e disparou quatro vezes contra o grupo de manifestantes. Um dos tiros atingiu a cabeça do caminhoneiro.
“A gente estava pedindo para os agricultores colaborarem com a gente. De repente, eu cheguei para conversar com ele, ele não me esperou falar e já efetuou o disparo. Eu corri para a frente do carro e me abaixei. Quando eu me levantei, fui alvejado”, relatou o caminhoneiro, que pediu para não ser identificado.
A vítima classificou a atitude do atirador como um “ato de covardia”. “Estamos na manifestação pacificamente, só querendo ajudar o país. Poxa, nós não fizemos nenhum mal aos agricultores”, lamentou.
Seja o primeiro a comentar