Doze pessoas são presas em operação contra tráfico de drogas e homicídios em Salvador

Segundo a Polícia Civil, o grupo é investigado há 22 meses e fazia parte de facção comandada por internos do sistema penitenciário da Bahia.

Confronto aconteceu durante mandado de prisão em casa invadida na Barra — Foto: Reprodução/TV Bahia.

Doze pessoas foram presas na manhã desta quarta-feira (22), em uma operação da Polícia Civil contra o tráfico de drogas e homicídios, em 15 bairros de Salvador. Na barra, um dos suspeitos morreu durante confronto com as forças de segurança.

Inicialmente, fontes da Polícia Civil informaram para a produção da TV Bahia que três alvos tinham sido atingidos durante confrontos. No entanto, horas depois, a corporação afirmou que apenas um homem foi atingido.

O suspeito foi identificado como Augusto César dos Santos Barbosa, conhecido como “China”. Ele é apontado como um dos chefes do tráfico em Salvador.

De acordo com a Polícia Civil, “China” respondia a quatro homicídios, sendo três como mandante e um como executor. Ele também é tutor do pitbull que atacou dois cães na Barra e usava o animal para amedrontar moradores e comerciantes do bairro.

“Ele também é apontado pelo descarte do corpo encontrado na região da Barra, dentro de um isopor, há mais ou menos um ano”, revelou a delegada-geral da Polícia Civil da Bahia, Heloísa Campos de Brito.

A “Operação Hégira”, deflagrada pelo Departamento de Repressão e Combate à Corrupção, ao Crime Organizado e à Lavagem de Dinheiro (Draco), cumpre 37 mandados de prisão e 53 de busca e apreensão contra suspeitos de integrar um grupo criminoso.

“As equipes detectaram que indivíduos, mesmos presos nos sistema prisional, estavam dando ordens para que se cometessem crimes contra o patrimônio, tráfico de drogas na região da Barra, Ondina e Calabar. A partir daí, conseguimos os mandados de prisão e fizemos essa operação, onde nós tivemos 20 indivíduos alcançados, alguns deles que já estavam presos e cinco que já usavam tornozeleira eletrônica”, explicou Heloísa Campos de Brito.

Durante a operação, armas, drogas e até uma bíblia, que era usada como caderno de anotações sobre o tráfico, foram apreendidas.

Segundo informações da Polícia Civil, a organização criminosa é comandada por internos do sistema penitenciário da Bahia e fazem parte de um grupo de São Paulo. Os suspeitos são investigados há 22 meses.

“Os líderes da organização se valiam de comparsas em liberdade para praticar os crimes”, explicou a diretora do Draco, delegada Márcia Pereira.

As investigações realizadas pelo Draco também apontaram a atuação do grupo em crimes contra o patrimônio, praticados na orla de Salvador e alguns deles durante o carnaval de 2024. As vítimas eram turistas ou moradores de bairros nobres.

Sete internos do sistema prisional e suspeitos monitorados por tornozeleira eletrônica também são alvos da operação. Um deles é Averaldo Ferreira da Silva Filho, mais conhecido como “Averaldinho” apontado como o chefe de uma organização criminosa de tráfico de drogas que atua no bairro do Calabar, na capital baiana.

“Ele estava próximo de ter algum tipo de benefício, mas nós detectamos que, de dentro do presídio, ele conseguiu se articular e dava ordens para que o tráfico continuasse acontecendo”, contou a delegada-geral da Polícia Civil da Bahia.

Além dos mandados, a Justiça decretou o bloqueio de 36 contas bancárias e congelamento de ativos financeiros dos investigados.

Equipes dos Departamentos Especializado de Investigações Criminais (Deic), de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), de Polícia Metropolitana (Depom), Especializado de Investigação e Repressão ao Narcotráfico (Denarc), da Coordenação de Operações e Recursos Especiais (Core), do Departamento de Polícia Técnica (DPT) e da Secretaria de Administração Penitenciária (SEAP) também participam da operação. Com informações do G1.

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