Justiça bloqueia bens para pagamentos à doméstica resgatada de trabalho análogo à escravidão em Lauro de Freitas

Juíza também determinou pagamento de salário mínimo até julgamento da ação principal e bloqueio dos bens.

Ex-patroa diz que salário de doméstica não era pago porque a considerava da família— Foto: Reprodução/TV Bahia.

A Justiça do Trabalho bloqueou bens no valor de R$ 1 milhão para garantia das verbas rescisórias e dos danos morais pagos a doméstica Madalena Silva, de 62 anos.

A idosa foi resgatada por auditores-fiscais do trabalho do Ministério do Trabalho e Previdência (MTP) após trabalhar 54 anos sem receber salários na casa de uma família em Lauro de Freitas.

De acordo com o Ministério Público do Trabalho (MPT), o pedido, acatado pela juíza Vivianne Tanure Mateus, titular da 2ª vara do Trabalho de Salvador, foi feito pela procuradora Lys Sobral, coordenadora nacional de combate ao trabalho escravo do órgão.

A juíza também determinou o pagamento de um salário mínimo até o julgamento da ação principal e o bloqueio dos bens.

A história de Madalena Silva ainda ganhou novo capítulo nesta sexta-feira (29). Ela tem uma carta de 2018, assinada pelos ex-patrões, onde estes acusam a filha deles de ter feito empréstimos no nome de Madalena. O homem fez acusações e disse que esta teria sido insensível por roubar a poupança da idosa. Ao longo da carta, ele citou que foi vítima de golpes da própria filha. O ex-patrão diz que a filha deve restituir Madalena.

Na carta endereçada à filha, o homem faz acusações e diz que esta teria sido insensível por roubar a poupança de Madalena. No trecho, o homem diz que Madalena era chamada de “mãe preta”, e cita que a doméstica teria cuidado da filha e da neta. Ele ainda diz que Madelena serve a filha como uma “escrava”.

“(Madalena) Queria bem como se fosse a sua própria mãe. Então qual o agradecimento e gratidão: retirou toda a sua pequena poupança, produto de uma aposentaria de 35 anos de trabalho. Não satisfeita no seu instinto perverso, ainda teve a crueldade de consignar empréstimos na sua aposentaria que variam de 48,60 a 70 meses. Doloroso!”, diz um outro trecho. Com informações do G1.

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