A Polícia Federal (PF) abriu um inquérito contra o ex-ministro e ex-governador do Ceará Ciro Gomes por causa de uma entrevista em que ele criticou o presidente Jair Bolsonaro e o chamou de “ladrão”. A PF investiga se houve crime contra a honra.
De acordo com reportagem do jornal “O Estado de S. Paulo”, o inquérito foi aberto a pedido do ministro da Justiça, André Mendonça. Procurada, a PF informou que não vai comentar o caso.
O ex-governador do Ceará fez uma publicação num rede social apontando: “particularmente não ligo para esse ato contra mim, mas considero grave a tentativa de Bolsonaro de intimidar opositores e adversários.”
“Entendo que é um ato de desespero de quem vê sua imagem se deteriorar todos os dias pela gestão criminosa do Brasil na pandemia”, escreveu Ciro.
Ainda conforme “O Estado de S. Paulo”, Ciro é suspeito de ferir a honra de Bolsonaro durante entrevista para uma rádio do Ceará, em novembro do ano passado. Ciro disse repudiar a boçalidade do presidente, criticou o que chamou de desrespeito à saúde pública e também, citando o caso das “rachadinhas”, chamou Bolsonaro de ladrão.
O senador Flávio Bolsonaro (Republicanos- RJ), filho mais velho de Bolsonaro, foi denunciado no ano passado por organização criminosa, peculato e lavagem de dinheiro por prática de “rachadinha” quando era deputado estadual no Rio.
As investigações do Ministério Público do Rio apontam que Fabricio Queiroz, ex-assessor de Flávio e amigo do presidente Jair Bolsonaro, era o operador financeiro do esquema. Ele seria o responsável por receber o dinheiro e fazer pagamentos para cobrir despesas de Flávio.
Extratos bancários de Queiroz apreendidos durante a investigação mostram que o ex-assessor depositou também 21 cheques na conta da primeira-dama, Michelle Bolsonaro, no valor total de R$ 72 mil, de 2011 a 2016.
O presidente disse que os depósitos eram pagamento de um empréstimo. Os extratos de Queiroz, não indicaram que ele tenha recebido dinheiro de Jair antes disso — o que configuraria o empréstimo.
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