O novo presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, eleito neste domingo (29), apresentou um programa que implica um realinhamento das opções econômicas, sociais e diplomáticas da principal potência latino-americana.
O capitão do Exército na reserva, de 63 anos, deputado desde 1991, fez campanha como candidato do Partido Social Liberal (PSL), sob o slogan “O Brasil acima de tudo, Deus acima de tudos”.
Estas são algumas das principais propostas do seu programa:
Economia: austeridade e privatizações
Redução da dívida pública em 20% mediante privatizações, concessões e venda de propriedades da União.
Criação de um sistema paralelo de aposentadoria por capitalização.
Criação de um super-ministério da Economia, reunindo os atuais da Fazenda, Indústria e Planejamento. Contudo, ele afirmou recentemente que o da Indústria poderia ser mantido a parte.
Segurança
Flexibilizar a legislação sobre o porte de armas.
Reduzir a maioridade penal de 18 para 17 anos.
“Proteção jurídica” aos policiais que matarem suspeitos com sua arma em serviço.
“Tipificar como terrorismo as invasões de propriedades rurais e urbanas”.
Corrupção
“Propomos um governo decente, diferente de tudo aquilo que nos jogou em uma crise ética, moral e fiscal”.
Diminuir para 15 o número de ministérios, a fim de limitar os arranjos entre partidos.
Diplomacia
“Deixaremos de louvar ditaduras assassinas e desprezar ou mesmo atacar democracias importantes como EUA, Israel e Itália”.
Educação
Ele preconiza uma renovação dos programas escolares, com “mais matemática, ciências e português, sem doutrinação e sexualização precoce”. Quer abrir escolas administradas pelos militares.
Aborto
O programa de Bolsonaro não menciona o aborto, que, no país, é autorizado em caso de risco para a vida da mãe ou de fetos com anencefalia. O candidato prometeu vetar qualquer tentativa de flexibilização desta lei.
LGBTI
Não há nenhuma menção no programa de Bolsonaro aos direitos dos LGBTI (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Transgênero, e Intersexuais). Várias de suas declarações foram abertamente homofóbicas.
Na campanha tentou se mostrar mais amigável. Em uma entrevista recente a uma rádio de Pernambuco, disse respeitar as opções de adultos e declarou: “Os homossexuais serão felizes se eu for presidente”.
Meio ambiente
O candidato do PSL, que conseguiu apoio da bancada do agronegócio no Congresso, propõe em seu programa reunir os ministérios da Agricultura e do Meio Ambiente, ainda que recentemente tenha dito que poderia voltar atrás nessa questão. As palavras desmatamento, Amazônia e aquecimento global estão ausentes do documento. Com informações AFP.
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