“O secretário de governo desse município não existe”, diz vereador de Madre de Deus

O vereador Anselmo Duarte (DEM) voltou a justificar sua cassação em 1992.

Bate-boca entre vereador e advogada interrompe sessão na Câmara de Madre de Deus (Foto: Reprodução)

O Vereador Val Peças (PSL), líder da oposição na Câmara, voltou a criticar a ausência do secretário de governo Nilton Bastos na cidade, durante a sessão desta terça-feira (29), em Madre de Deus.

Da tribuna, o parlamentar ressaltou a ausência do secretário de governo, que é pré-candidato a Deputado Estadual.

“O secretário de governo desse município não existe! (sic) O elo… O que significa secretária de governo? É o elo, elo político. Eu disse isso ao prefeito: ‘Prefeito as coisas tem que chegar pro senhor, o bolo só pro senhor repartir’(sic). Não existe grupo, ele não acredita nas pessoas. Falei isso a Montal, falei isso a outros secretários: ‘O prefeito [Jeferson Andrade] só acredita nele, e no irmão dele hoje’. Eu acho que nem no próprio secretário de governo [Nilton Bastos], ele não confia mais”, disse Val.

“Tânia [Pitangueira] está aqui toda semana… Mas me desculpe Tânia, você não tem autonomia. O vice-prefeito [Jailton Polícia] não tem autonomia!”, disse o líder da oposição.

O vereador Pastor Melk (PPS), mudou o discurso e aumentou o tom das criticas ao governo. Para o pastor, o seguimento evangélico está sendo esquecido. Ele destaca que a prefeitura investiu mais de R$ 8 milhões para cultura no município, mas a administração municipal não contemplou nem 2% do recurso que será investido na cultura para  o seguimento evangélico. O Pastor também criticou o sistema de videomonitoramento, enfatizando que foi gasto uma fortuna com o sistema.

“Se for só para fazer fofoca da cidade, vamos vender esse troço ai e pegar o dinheiro e aplicar na educação”, disse Melk.

Ele justifica as criticas, afirmando que ‘agora’ vai se posicionar do lado do povo.

“Eu estou tão indignando que não vou ficar preocupado com nada disso agora. Se tiver que caminhar eu vou caminhar, se não puder caminhar eu não vou caminhar também, mas vou me posicionar do lado do povo”, disse o socialista.

O vereador Anselmo Duarte (DEM) justificou a ausência nas duas últimas sessões com um atestado médico. Ele voltou afirmar que foi cassado em 1992 por ter ‘denunciado corruptos incompetentes’, inclusive, afirmando que foi comprovado.

Questionado sobre as declarações, Anselmo reafirma que foi cassado por ex-colegas de parlamento que vaziam o jogo do ex-prefeito Paulo Queiroz, porque ele e Orlindo Silva fizeram uma série de denuncias contra o chefe do poder Executivo.  Ele ainda rechaça a polêmica, afirmando que não pretendia magoar os ex-vereadores. Para ele, a cassação não foi justa na ocasião, apontando que em outros parlamentos ocorre enfrentamento, mas não existe cassação.

Conforme Anselmo naquela época não havia salário. Questionado sobre a origem da corrupção apontada por ele em discurso. O parlamentar declara que a “corrupção não estava em cima do salario, mas nas coisas que eram feitas de errado”.

O democrata garantiu que se a denúncia fosse feita hoje, ele não seria cassado pelos ex-vereadores.

Outro lado

Procurado, o ex-vereador Roque dos Santos conhecido popularmente como Roque Rádio, que  foi relator do processo de cassação em 1992, rebateu as declarações de Anselmo, ressaltando que o parecer da comissão processante ‘não foi pessoal e buscou simplesmente a verdade’. Segundo Roque, Anselmo foi cassado porque teria depredado um matrimônio público em frente ao poder legislativo.

“ Tinha contra ele [Anselmo], varias acusações de agressão verbal [direcionadas] ao presidente Nilson Sales. Isso foi se acumulando, o último pingo d’água foi quando ele quebrou um patrimônio público que foi [o carro] gol. Nós não tínhamos dinheiro e [o carro] foi usado até o final”, disse Roque.

Roque conta que os vereadores Anselmo e Olindo da Silva escaparam de uma sentença mais dura. Ele explica que leu o relatório, mas não deu a sentença: “Hoje eu tenho arrependimento”, disse Roque, acrescentando que era para Anselmo e Orlindo perderem os direitos políticos por oito anos.

Roque revela ainda que teria ‘sofrido assedio financeiro’ para ajudar com um relatório, mas seguiu em frente.

Seja o primeiro a comentar

Faça um comentário

Seu e-mail não será divulgado.


*