MP denuncia 23 pessoas por envolvimento em esquema de pirâmide financeira

Denúncia da Promotoria de Justiça Criminal de Sapiranga é por organização criminosa, crime contra economia popular, lavagem de dinheiro e estelionato de 26 pessoas lesadas.

Carros apreendidos durante cumprimento de mandados de busca (Foto: Divulgação/MP)

Vinte e três pessoas foram denunciadas pelo Ministério Público no Rio Grande do Sul por organização criminosa, crime contra economia popular, lavagem de dinheiro e estelionato de 26 pessoas lesadas, que já foram identificadas, no esquema conhecido como pirâmide financeira.

A denúncia foi apresentada à Justiça pela Promotoria de Justiça Criminal de Sapiranga, na Região Metropolitana de Porto Alegre. Conforme a investigação, o esquema de pirâmide tinha como um dos braços direitos um empresário da cidade gaúcha, conhecido como “Cara dos Camaros”, porque ostentava veículos caros para demonstrar que o negócio era rentável. O homem identificado como chefe do esquema é um morador de Itabuna, na Bahia, como mostrou o programa Fantástico, da TV Globo.

O MP mantém em sigilo os nomes dos denunciados para não atrapalhar o restante das investigações. No grupo, estão pessoas das cidades de Novo Hamburgo, Nova Hartz, Campo Bom, Parobé, Porto Alegre, Riozinho, Igrejinha, Rolante e São Leopoldo, todas no Rio Grande do Sul.

O MP trabalha em conjunto com a Polícia Civil de Sapiranga para identificar outras conexões e novas vítimas do golpe. Além da ação penal, também são tomadas providências para resguardar o direito dos consumidores lesados, diz o MP.

O golpe é aplicado por meio de um site, que funcionaria como um jogo de apostas em campeonatos de futebol. Para se cadastrar, é preciso depositar uma quantia, com a falsa promessa de ganhos de 30% do valor investido. Só que esse lucro é fictício, e não há como resgatar, segundo os depoimentos. Quem ganha mesmo é quem está no topo da pirâmide, convencendo outras pessoas a participarem.

Para o MP, os denunciados integraram uma organização criminosa estruturalmente ordenada e caracterizada pela divisão de tarefas para obter lucro a partir da prática de pirâmide em diversas localidades, inclusive fora do país.

Prisão em agosto

Suspeito de liderar o esquema no Rio Grande do Sul, Márcio Rodrigo dos Santos, de 36 anos, se apresentou à polícia no dia 16 de agosto, quando lhe foi dada voz de prisão. O delegado Fernando Branco confirma que o empresário segue na cadeia.

Cinco dias antes, a Polícia Civil cumpriu mandados de busca e apreensão na casa dele. Além de dinheiro e documentos, foram apreendidos três carros.

Para obter o mandado de prisão preventiva, a polícia usou áudios de mensagens enviadas por telefone celular por Márcio a um grupo de pessoas que cobravam o retorno do investimento que fizeram com a promessa de obter lucro. Nas conversas, ele ameaçava não devolver o dinheiro a quem fizesse denúncias.

O advogado de Márcio, Ademir Costa Campana, afirma que o cliente é mais uma “vítima” do golpe, que terá a inocência provada à Justiça.

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