Levantamento identifica que candidata de Madre de Deus recebeu R$ 100 mil do fundo eleitoral em 2018

Suspeita é que se candidataram a fim de transferir recursos para outros políticos.

Levantamento identifica que candidata de Madre de Deus recebeu R$ 100 mil do fundo eleitoral em 2018 (Imagem-Jornal Nacional)

Um levantamento do Jornal Nacional, feito com base nas prestações de contas registradas nos tribunais regionais eleitorais, aponta que ao menos 51 candidatos a deputado federal e estadual podem ter servido na última eleição como laranjas para que partidos desviassem recursos do fundo eleitoral.

A crise política que envolve o ministro Gustavo Bebianno (Secretaria Geral), sob ameaça de demissão, teve origem na denúncia de que, durante a campanha eleitoral do ano passado, quando era presidente do PSL, uma candidata do partido em Pernambuco recebeu R$ 400 mil em recursos públicos do fundo e obteve somente 274 votos.

As contas de candidatos que tiveram um custo por voto pelo menos dez vezes maior do que isso, recebeu recursos públicos e não foi eleito. São 51 candidatos, que juntos receberam mais R$ 8 milhões.

Esses 51 candidatos estão espalhados por 18 estados e 18 partidos.

Desses, 45 são mulheres. Isso é relevante porque o Tribunal Superior Eleitoral decidiu que pelo menos 30% dos recursos do fundo eleitoral devem ser destinados a candidaturas femininas.

O dinheiro público que financia as campanhas políticas vem de dois fundos:

o partidário banca a estrutura dos partidos e também candidaturas e distribuiu R$ 888 milhões reais aos partidos em 2018.

o fundo eleitoral, criado após a proibição das doações por empresas, deu mais de R$ 1,7 bilhão
No total, são mais de R$ 2,6 bilhões, dinheiro do contribuinte que vai para as mãos de milhares de candidatos.

Em Madre de Deus, localizado na Região Metropolitana  de Salvador, Maria do Socorro de Cristo, candidata a deputada estadual pelo partido Democracia Cristã, recebeu R$ 100 mil do fundo eleitoral e teve 42 votos.

Ela contou que foi convocada a se candidatar porque o partido precisava atingir o número mínimo de candidatas mulheres na Bahia e disse que não sabia como foram os gastos da campanha. “Tudo era providenciado pelo presidente do partido”, disse.

O presidente do Democracia Cristã na Bahia, Antonio Albino, declarou que fez a distribuição de recursos de forma lícita e que não houve candidatura de “laranjas”. Segundo ele, as contas de Maria do Socorro Cristo foram aprovadas sem ressalvas.

O Tribunal Regional Eleitoral da Bahia declarou que não houve nenhum pedido de impugnação relacionado a prestação de contas e que não há qualquer denúncia do Ministério Público ou investigação sobre as contas da candidata Maria do Socorro de Cristo. Com informações do G1.

 

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