Famílias em Valéria falam dos prejuízos com a chuva em Salvador

Maior parte dos moradores está abrigada na casa de vizinhos e parentes.

Moradores da Rua Terracom dizem que inundações no local são recorrentes — Foto: Itana Alencar/G1 Bahia

Cerca de 50 famílias na Rua do Terracom, no bairro de Valéria, em Salvador, estão desabrigadas nesta quarta-feira (27), depois das chuvas fortes que atingiram a capital baiana na terça (26). No local, muitas casas estão quase submersas. Em várias delas, o nível da água atingiu mais de 1,5 metro de altura.

A maior parte dos moradores está abrigada na casa de vizinhos e parentes. Eles estão recebendo doações de roupas e alimentos de vizinhos e da comunidade.

“Eu perdi tudo. Nem roupa eu consegui pegar. Eu estou vestida porque me doaram esse vestido ontem, comi porque a comunidade se reuniu e fez doação”, disse Valdineia Souza de Jesus.

Outro morador que perdeu tudo foi Josimar dos Santos Silva, que conta que estava no trabalho quando recebeu uma mensagem que mostrava a rua onde ele mora alagada.

“Liguei pra casa, minha esposa desesperada: ‘Marzinho, venha pra casa agora’. Quando cheguei aqui, perdi tudo. Cheguei aqui, não tinha mais o que salvar”, afirmou, antes de fazer um apelo.
A gente está numa situação precária, precisando de ajuda, que os governantes se mobilizem. A gente aqui está precisando de ajuda”, disse.

A população alega que o problema é recorrente, causado pelo entupimento de uma tubulação no local. Com a chuva que caiu na terça, a água subiu e não desceu.

“Essa rua está parada desde o mês de maio, é um problema que já vem desde 2003, só que antes a água subia e descia. Hoje a gente se encontra numa situação que não tem como. A água não está descendo, a água está parada aqui desde o mês de maio”, disse Valdineia.

Segundo ela, o problema começou após uma obra que teria fechado uma tubulação que fazia o escoamento da água na região.

“Já houve várias audiências no Ministério Público, hoje o processo se encontra na vara federal. Parou de chover, e a água continua aqui”, destaca.

Os moradores dizem também que não receberam visita da Defesa Civil de Salvador (Codesal). Os populares relatam que a prefeitura esteve no local, e solicitou que eles fossem para um abrigo em uma escola municipal da região, mas eles se recusaram a ir.

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