Caso Marielle: Gravações revelam conversas entre vereador Marcelo Siciliano e milicianos

O vereador Marcello Siciliano (PHS),foi indicado por uma testemunha como um dos mandantes do assassinato da vereadora Marielle Franco.

© AFP O vereador Marcello Siciliano participa de uma coletiva de imprensa no Rio de Janeiro. Siciliano foi acusado por um testemunho não identificado de envolvimento no assassinato da ativista Marielle Franco, uma alegação que ele nega

O vereador Marcello Siciliano (PHS), indicado por uma testemunha como um dos mandantes do assassinato da vereadora Marielle Franco, teve duas conversas telefônicas com milicianos captadas pela Polícia Civil. Os áudios foram divulgados neste domingo pelo programa Fantástico, da Rede Globo.

Em uma das conversas, o parlamentar chama um miliciano de “irmão”. Este pede para que o vereador acione o 31º Batalhão da Polícia Militar, no Recreio, Zona Oeste do Rio de Janeiro, para que faça uma blitz e pegue um bandido que teria matado um “amigo” dos milicianos. “Vou mandar botar agora. Na volta eu passo aí. Beijo”, responde Siciliano.

Na outra gravação, o vereador pede ajuda para tocar um projeto em uma área dominada pela milícia. “O garoto ia começar a fazer o projeto lá hoje, aí o rapaz falou: ‘Não, não vai fazer nada, não”. O miliciano respondeu que ele poderia ir. Siciliano, então, perguntou: “Eu posso ir atrás lá da pessoa pra resolver no teu nome”.

Em nota, o vereador, que já tinha classificado as declarações da testemunha de “factoides”, reafirmou que “nunca teve envolvimento com milícia”. “Conforme noticiado pela imprensa, ele já foi investigado em inquérito realizado pela Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas e não foi indiciado, nem denunciado pelo Ministério Público”, afirmou ele. Ele também se colocou à disposição das autoridades para prestar esclarecimentos. “Ele confia no trabalho de todos os envolvido pra desvendar esse crime bárbaro, no qual, de forma covarde e absurda, um criminoso tenta envolver o seu nome”, completou.

A testemunha, que não teve o nome divulgado, diz ser policial militar e miliciano, e que resolveu falar pois está sendo ameaçada de morte pelos seus pares.

Confira abaixo a transcrição das conversas divulgadas pelo Fantástico:

1º tefonema:

Miliciano: Fala irmão

Siciliano: Fala irmão

Miliciano: Uns bandidos lá mataram um amigo nosso. Você podia dar um toque no pessoal do 31 pra ficar de olho. Se botar uma blitz ali, vai pegar.

Siciliano: Vou mandar botar agora. Na volta eu passo aí. Beijo.”

Miliciano: Tá bom. Beijo. Fica com Deus.

Siciliano: Te amo, irmão.

2º Telefonema:

Siciliano: O garoto ia começar a fazer o projeto lá hoje. Aí o rapaz falou: ‘Não. Não vai fazer nada, não.

Miliciano: Não, pode ir.

Siciliano: Eu posso ir atrás lá da pessoa pra resolver no teu nome?

Miliciano: Pode. Vou te mandar o telefone aqui.

Com informações da Veja.

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