Bate-boca entre vereador e advogada interrompe sessão na Câmara de Madre de Deus

Após a discussão, a sessão foi interrompida por cerca de 20 minutos que resultou no arquivamento do processo.

Bate-boca entre vereador e advogada interrompe sessão na Câmara de Madre de Deus (Foto: Reprodução)

Um bate-boca entre o vereador Anselmo Duarte (DEM) e a advogada Janete Kotula provocou na terça-feira (10) a suspensão da sessão na Câmara de Madre de Deus para que os ânimos fossem acalmados.

O bate-boca começou logo após Anselmo questionar o presidente da Câmara, vereador Paulinho de Nalva (PRB) se ele teria respaldo jurídico do Legislativo para acatar a denúncia feita por um morador que pediu para investigar uma suposta fraude na licitação envolvendo a empresa que venceu o contrato para administrar o Hospital do Município.

Paulinho informou que não encontrou problema em acatar a denúncia que foi protocolada na Casa.  “Se a gente achar que é viável acatar a gente vai catar. Se achar que não é viável, a gente não acata. A gente não tá aqui pra fazer a vontade de ninguém, a gente tá aqui pra dar o nosso voto”, alfinetou.

Na sequência, Anselmo volta a retrucar: “Senhor presidente, o senhor não respondeu o que lhe fiz a pergunta”.

Lodo depois, o vereador Juscelino Silva interrompe: “Questão de ordem, senhor presidente”.

Anselmo continua: “Eu estou na fala, senhor presidente”. Em seguida, Paulinho faz um sinal com uma das mãos, para Juscelino esperar: “Continue vereador”.

Neste momento, o parlamentar Kikito Tourinho, interrompeu e sinalizou ao presidente para limitar o tempo durante a votação. Dessa vez, Anselmo concordou, mas aumentou o tom das declarações ao pedir para não ser interrompido.

“Vocês não vão atrapalhar meu raciocínio aqui não. Deixe nos meus 15 minutos, que eu permito. Porque eu tenho 15 minutos, eu posso responder a vocês, mas em poucos minutos não tenho como responder a vocês e ser atrapalhado no meu raciocínio. O que eu lhe fiz de pergunta aqui senhor presidente, é se vossa excelência submeteu esta denúncia ao jurídico desta Casa?! É somente isso que eu preciso saber. Pra parar com essa coisa de estar expondo esse poder Legislativo, é isso que eu estou dizendo: ‘é proteger,é blindar.’ Porque depois daqui senhores vereadores, eu quero uma reunião com vossas excelências, com todos! Eu vou querer uma reunião se assim vocês permitirem, faço questão. É bom pra qualquer uma que esteja aí, certo. Mas aqui eu defendo, defendo o meu mandato… E se puder blindar vossas excelências, vou fazer isso aqui o resto da minha vida”, argumenta Anselmo.

Segundo ele, a denúncia não tem nada a ver com o município, e volta afirmar que não cabe ao Legislativo executar esse procedimento. Anselmo chama a denúncia de “inapta” para Câmara e descreve como “invenção de poder” ao antecipar seu voto contrário.

O vereador Juscelino defendeu que o caso fosse investigado, alertando ao Legislativo para arcar com as consequências. “Se o povo está falando na rede social de vereador, a carapuça não me cabe! E outra se é parecer jurídico, o jurídico propriamente dito dessa casa, é concursada, é doutora Janete. Não tem problema nenhum, a gente encerra a sessão, e o jurídico dá o parecer dela”, disse.

Neste momento, a advogada Janete Kotula informa a Juscelino que não é necessário encerrar a sessão, depois disso, a confusão começou e Anselmo e Janete bateram-boca no plenário.  Após a discussão, a sessão foi interrompida por cerca de 20 minutos que resultou no arquivamento do processo. Foram seis votos contra a investigação e quatro a favor.

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