Artistas criticam juiz que soltou homem que ejaculou em mulher no ônibus

Atrizes protestaram contra decisão de magistrado do TJSP que alegou não haver 'constrangimento tampouco violência' no ato.

Diversas personalidades protestaram contra posicionamento do juiz José Eugenio do Amaral Souza Neto. Fotos: Globo/Divulgação e Instagram/Reprodução

Após o juiz José Eugenio do Amaral Souza Neto absolver, nesta quarta-feira (30), Diego Ferreira Novais, homem acusado de ejacular em uma mulher dentro de um ônibus no Centro de São Paulo, em sua decisão, o magistrado alegou que, apesar de reconhecer o ato como grave e ter acesso ao histórico de ocorrência do tipo, o crime “se amolda à contravenção e não estupro”.

“Entendo que não houve constrangimento tampouco violência ou grave ameaça, pois a vítima estava sentada em um banco de ônibus, quando foi surpreendida pela ejaculação do indiciado”, apontou o juiz no documento da decisão. A frase provocou revolta e se tornou alvo de críticas de diversas personalidades.

Artistas como Ivete Sangalo, Giovana Ewbank, Fernanda Souza, Preta Gil, Deborah Secco, entre outros, manifestaram sua indignação nas redes sociais. ‘’Sr Juiz, devo lhe dizer que o constrangimento existe e continua nos incomodando, pois além de se tratar de uma situação absurda, temos que nos deparar com tal decisão. Duplamente constrangidos. #respeito’’, publicou Ivete em sua conta no Instagram.

“Nosso país trata como tabu amamentar em público, mas quando ejaculam em uma mulher no ônibus, o juiz considera que ‘não houve constrangimento'”, criticou Lemmertz, no Instagram, em foto compartilhada por outros artistas. “Constrangimento é a sua decisão Sr. Juiz! Será que tem mãe, irmã, filha?”, indagou Sthefany Brito, na rede social.

“Como ter esperança? O que está acontecendo? Onde foi parar o respeito? Onde?”, questionou a atriz Roberta Rodrigues, indignada com a decisão. A gaúcha Rafaella Brites compartilhou um vídeo em que uma mulher, em fase de amamentação, aperta os seios para relembrar o tabu contra a amamentação em público e criticar o posicionamento do juiz. “Absolutamente ninguém pode violar seu corpo e sua liberdade sem consentimento. Grite, lute, seja respeitada!!! Estamos juntas”, se posicionou Leandra Leal, utilizando a tag #MeuCorpoNãoÉPúblico em protesto.

‘’Queria postar uma foto linda e feliz, mas tá difícil! Pra onde a humanidade está caminhando? Isso aí pode ser chamado de qualquer coisa menos juiz!!’’, publicou Thaila Ayala.

‘’Vamos ser claros e usar os termos corretos: é estupro! Quando uma mulher passa por qualquer tipo de violência contra o seu corpo, não existe outro nome além de estupro. A violência não é apenas quando deixa traumas na pele’’, afirmou Deborah Secco em seu Instagram.

 

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